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Escândalo de suborno compromete partido de Schröder

Paulo Chagas8 de março de 2002

O escândalo de suborno e doações ilegais envolvendo o Partido Social Democrático (SPD) de Colônia está se alastrando em nível federal. O montante dos subornos chega a quase 15 milhões de euros.

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Usina de incineração de Colônia, pivô do escândaloFoto: AP

O escândalo chegou ao secretário-geral do SPD, Franz Müntefering, que foi intimado pela oposição democrata e social cristã (CDU/CSU) a depor na comissão parlamentar de inquérito do Parlamento federal. A CPI está apurando desde o ano passado se a CDU recebeu doações ilegais durante a gestão do ex-chanceler Helmut Kohl.

Lavagem de dinheiro na Suíça

As investigações concentram-se em pagamentos de vultosas propinas ao Partido Social Democrático de Colônia feitas por várias firmas. Entre 1994 e 1998, teriam sido desviados através de contas na Suíça 29 milhões de marcos (14,8 milhões de euros). Deste dinheiro, apenas 261 mil euros retornou aos cofres do SPD de Colônia e o paradeiro do resto é desconhecido.

A principal figura da transferência do dinheiro é o vereador Norbert Rüther, ex-chefe da bancada do SPD na Câmara Municipal de Colônia, que renunciou na segunda-feira. Além dele, suspeita-se do tesoureiro do SPD, Manfred Biciste, cujo escritório e domicílio foram também vasculhados pela polícia.

Usina de incineração de lixo

O principal pivô do escândalo é a imensa usina de incineração de lixo da cidade de Colônia, construída na década de 90 e que custou mais de 500 milhões de euros aos cofres públicos. O suborno teria sido pago pela empresa Steinmmüller, contratada em 1994 para construir a usina. Seu presidente, Sigfrid Michelfelder, preso no final de fevereiro, seria o responsável pela lavagem do dinheiro na Suíça.

Também envolvida no escândalo está a empresa pública AVG, responsável pelo projeto de construção e administração da usina, em associação com a empresa privada Trienekens. Os escritórios da Trienekens já foram vasculhados pela polícia. Um dos seus gerentes é deputado na Assembléia Legislativa da Renânia do Norte Vestfália, Estado onde o secretário-geral do SPD, Franz Müntefering, foi líder da bancada.

Reflexos do escândalo

Segundo o cientista político Erwin Scheuch, este caso tem tudo para se tornar um dos maiores escândalos da história da Alemanha. Líderes políticos do SPD e da CDU travaram hoje batalhas verbais em Berlim, tentando capitalizar o escândalo para a campanha eleitoral das eleições legislativas de setembro.

A CDU quer convidar Müntefering e outros líderes do SPD para depor na CPI das doações ilegais. O Partido Verde pediu uma investigação sobre todas as bancadas da câmara de Colônia. A empresa Trienekens afirmou que, além do SPD, teria pago suborno também à CDU, ao Partido Liberal e ao Partido Verde.