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Esporte por água abaixo

Hanspeter Detmer11 de outubro de 2002

Passado o pior, o setor esportivo no Sul e no Leste da Alemanha começa a fazer um balanço dos enormes danos causados pela catástrofe das inundações.

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Inundações também destruíram instalações esportivas do Leste alemãoFoto: AP

A extinta Alemanha Oriental sempre alcançou um lugar de destaque nas grandes competições esportivas internacionais, principalmente nos Jogos Olímpicos. Seus atletas – alguns de renome mundial – treinavam em instalações de grande tradição, como o Dresdner Sport Club, fundado em 1926, e cujos campos de treinamento ficavam às margens do rio Elba. Muitos atletas prepararam-se ali para a conquista posterior de medalhas olímpicas. Em agosto deste ano, as instalações do DSC foram inteiramente destruídas pelas águas.

No caso dos praticantes das diversas modalidades de atletismo, eles podem buscar outros centros de treinamento que tenham ficado a salvo das cheias. Uma situação muito pior é enfrentada pelos integrantes das equipes de esportes aquáticos. Exatamente os adeptos das águas foram os mais castigados: as inundações destruíram todos os ancoradouros utilizados por remadores, iatistas e canoístas. Mas os danos não ficaram nisso. Também estaleiros e hangares náuticos, apetrechos e equipamentos foram levados pelas enxurradas.

Coordenação da ajuda

Na Federação Alemã de Esportes (DSB – Deutscher Sportbund), Hans Jägemann é o coordenador dos trabalhos de avaliação dos prejuízos e da prestação inicial de ajuda aos diversos clubes e associações. Segundo ele, ainda não há um balanço definitivo dos danos, registrados sobretudo nos Estados da Saxônia, Saxônia-Anhalt e Baviera.

As instalações de esportes aquáticos, às margens dos rios, e também diversos centros esportivos nos vales fluviais – campos de tênis, centros de equitação, ginásios esportivos e ginásios de patinação no gelo, entre outros – foram danificados ou inteiramente destruídos. Jägemann: "Somente na Saxônia, os prejuízos causados em instalações esportivas são avaliados em mais de 100 milhões de euros."

Solidariedade

Um total de mais de 400 clubes e associações esportivas sofreram danos. E não dispõem de recursos próprios suficientes para a reconstrução das suas sedes, dos vestiários, dos campos de tênis e de futebol, centros de equitação ou pistas de boliche. Com isto, estão dependentes da solidariedade dos desportistas das regiões alemãs não afetadas pelas enchentes.

As organizações esportivas reagiram com um grande espírito de solidariedade, afirma Hans Jägemann. Clubes e associações de todo o país ofereceram prontamente a sua ajuda, não se limitando à coleta de dinheiro para a reconstrução. Grupos de atletas e desportistas amadores viajaram para as regiões assoladas pela catástrofe, onde prestaram ajuda imediata na limpeza e conserto das instalações restantes. Jägemann: "As associações esportivas criaram um fundo de solidariedade, para o qual a DSB contribuiu com 100 mil euros".

Também os grandes clubes do futebol profissional da Alemanha deram a sua contribuição. Foram promovidas inúmeras partidas beneficentes, cuja arrecadação foi destinada aos trabalhos de reconstrução da infra-estrutura esportiva do Leste e do Sul da Alemanha. Além disto, a Federação Alemã de Futebol (DFB) deu uma contribuição da ordem de um milhão de euros.

A vida continua

As verbas para reconstruir as instalações esportivas destruídas serão necessitadas a longo prazo. De imediato, o mais importante é solucionar questões de organização. Escoadas as águas das enchentes, a vida terá agora de retomar seu curso normal e é importante oferecer aos jovens uma perspectiva para a prática de esportes.

Os clubes amadores de futebol foram os primeiros a abrir caminho. Num prazo de três semanas, todos os campeonatos regionais foram reorganizados. Os jogos previstos para instalações danificadas foram adiados para o próximo ano. Até lá, os trabalhos de recuperação e reconstrução dos campos de futebol transcorrerão em ritmo intenso. Os clubes locais disputarão todas as partidas fora de casa, deixando os jogos em seus próprios estádios para o início de 2003.

Os atletas, qualquer que seja a modalidade de cada um, estão acostumados a lutar e mostram-se otimistas. A opinião geral é de que todas as instalações esportivas das regiões afetadas estarão em pleno funcionamento no mais tardar dentro de um ano. Isto vale também para a equipe de atletismo do Dresdner Sport Club. Eles terão, contudo, que se acostumar com um centro de treinamentos inteiramente novo. As instalações de grande tradição foram inteiramente levadas pela enxurrada, nada pôde ser salvo. /am