1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Essebsi reivindica vitória nas eleições presidenciais da Tunísia

21 de dezembro de 2014

Pesquisas indicam que desafiante do atual presidente Marzouki obteve mais de 50% dos votos válidos. País que deu início à Primavera Árabe realiza eleições presidenciais livres pela primeira vez.

https://p.dw.com/p/1E8Nj
Tunesien Präsidentschaftswahl 21.12.2014 - Beji Caid Essebsi
Béji Caid Essebsi discursa a militantes logo após fechamento das urnas e declara vitóriaFoto: F. Belaid/AFP/Getty Images

O grupo político do candidato à presidência da Tunísia Béji Caid Essebsi reivindicou vitória nas eleições presidenciais realizadas neste domingo (21/12) logo após o fechamento das urnas, sendo contestado em seguida pelos apoiadores do rival Moncef Marzouki, atual presidente interino.

Resultados preliminares divulgados pelo canal de televisão Nessma mostraram Essebsi com 52,8% dos votos, enquanto Marzouki estaria com 47,2%. Levantamento feito pela empresa Sigma Conseil também indica vitória de Essibsi, com 55,5%. Os resultados oficiais, no entanto, só devem ser divulgados entre segunda-feira e terça-feira desta semana.

"Dedico minha vitória aos mártires da Tunísia. Agradeço a Marzouki, e agora temos que trabalhar juntos, sem excluir ninguém", declarou Essebsi a um canal televisão.

Esta é a primeira vez desde a independência do país, em 1956, que os tunisianos escolhem livremente seu presidente. O pleito ocorre quase quatro anos após a queda do ditador Zine el-Abdine Ben Ali, em janeiro de 2011 durante a revolução tunisiana. Estas eleições são consideradas o desfecho da transição democrática pela qual vive o país.

Essibsi era considerado favorito na disputa. No primeiro turno, realizado no mês passado, o ex-primeiro-ministro de 88 anos terminou com 39,5% dos votos, à frente do antigo ativista de direitos humanos Marzouki, 69, em segundo com 33,4%.

Tunesien Präsidentschaftswahl 21.12.2014 - Präsident Moncef Marzouki
Grupo político do presidente interino Moncef Marzouki (foto) contesta reivindicação de vitória por parte dos rivaisFoto: picture alliance/ZUMA Press/C. Mahjoub

A vitória de Essebsi no primeiro turno consolidou o ótimo resultado nas eleições legislativas de sua coligação partidária, formada por militantes de esquerda, sindicalistas, empresários e antigos membros do regime, unidos pela oposição aos islamitas do partido Ennahda. Essebsi pertence ao partido laico Nidaa Tounès.

Ataques no dia de votação

O novo presidente terá que enfrentar duros desafios. Entre eles, restabelecer a segurança na Tunísia, onde insurgentes islâmicos são suspeitos de realizar ataques especialmente contra as forças de segurança.

Segundo um porta-voz do Ministério da Defesa, horas após a abertura das urnas, um homem armado foi morto durante uma troca de tiros com militares que faziam a segurança de um local de votação no sul de Túnis. Outro suspeito de ataque foi morto e três acabaram presos na cidade de Kairouan, a 155 quilômetros da capital. Um soldado ficou ferido.

Nas áreas próximas da fronteira com a Argélia e consideradas mais vulneráveis, as autoridades reduziram o tempo de votação. Cerca de 100 mil policiais e soldados foram às ruas fazer a segurança neste domingo.

Berço da Primavera Árabe, a Tunísia é tida como um exemplo para outros movimentos árabes por ter conseguido evitar fortes divisões internas após a revolução. Revoltas na Líbia, Síria e no Iêmen acabaram levando a violentos conflitos. No Egito, o presidente islâmico Mohammed Morsi, eleito em 2012, acabou sendo deposto pelas Forças Armadas no ano seguinte.

MSB/dpa/rtr/lusa