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Essen e Görlitz concorrem a Capital Cultural Européia

Cristiana Venera12 de março de 2005

As duas cidades alemãs venceram o concurso para concorrer ao título de Capital Cultural Européia de 2010. A decisão final será tomada no próximo ano em Bruxelas.

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Antiga mina de carvão em Essen, hoje monumento industrialFoto: Stadt Essen

Um júri, nomeado pelos secretários de Cultura dos Estados alemães, sugeriu Essen e Görlitz para concorrer ao título de Capital Cultural Européia de 2010. Haviam participado do concurso outras oito cidades: Braunschweig, Bremen, Halle, Karlsruhe, Kassel, Lübeck, Potsdam e Regensburg.

O júri escolheu Essen, representando a região do Ruhr, em primeiro lugar, explicando que a cidade se apresentou para o concurso com um forte argumento: a transformação de cidade industrial em um centro de cultura e de produção científica.

Görlitz, cidade que faz fronteira com a Polônia, foi escolhida por representar a reconciliação e a união da Europa num século de guerras, expulsão e divisão.

O concurso

O concurso é realizado pela União Européia todos os anos desde 1985. A primeira cidade a ser a Capital Cultural Européia foi Atenas, na Grécia, país que sugeriu a criação do concurso com o objetivo de preservar e valorizar a diversidade cultural européia. No ano em que é eleita Capital Cultural Européia, a cidade deve apresentar um programa especial de atividades culturais.

Nos últimos anos, mais de uma cidade, de diferentes países, podiam ser eleitas. A partir de 2009, devem ser escolhidas duas cidades, sendo uma representante dos antigos membros da União Européia e uma dos novos países. Assim, para 2010, além de uma das cidades alemãs previamente escolhidas, também será eleita uma cidade da Hungria.

A melhor candidata não é a cidade que apresentar o centro histórico mais significante, e sim aquela que trouxer novas idéias para o futuro dos países europeus.

Görlitz Blick über die Neiße
O rio Neisse divide as cidades de Görlitz, no Leste alemão e Zgorcelec, na PolôniaFoto: dpa zb

A União Européia estipulou muitos critérios para a avaliação das propostas, que abrangiam basicamente aspectos da vida urbana. O tema central das propostas deve ser inovador e de importância para a Europa. Este tema também deverá determinar a agenda de várias cidades européias por um certo período. A cidade escolhida deverá estar apta a auxiliar outras cidades em questões referentes a esse tema.

Prós e contras

As cidades eleitas capitais culturais têm muitos privilégios e vantagens. Weimar, no Leste alemão, foi capital cultural em 1999. Segundo o diretor cultural da cidade, Felix Leibrock, na época eles fizeram contatos com outras cidades, que são mantidos até hoje. Outro aspecto positivo é o turismo, muitas pessoas ainda consideram a cidade uma capital cultural. A cidade recebeu meio milhão de euros para investir em cultura, porém tem problemas com a manutenção das diversas construções que foram restauradas na ocasião. O museu da cidade está fechado atualmente, pois a prefeitura não tem condições de administrar a construção milionária.

Outras cidades também cometem o erro de investir demais por conta própria e ficam endividadas. Apesar disso, Leibrock afirma que não existe nada melhor para uma cidade do que receber esse título.

O evento no Brasil

Em 1997 foi criada a Organização Capital Americana da Cultura – CAC, com o objetivo de estabelecer no continente americano a iniciativa das capitais culturais. Em 2000 foi eleita pela primeira vez uma Capital Americana da Cultura: Mérida, no México foi a escolhida. Duas cidades brasileiras também já receberam o título, Maceió, em 2002, e Curitiba, em 2003.

Nos últimos anos, diversas regiões do mundo decidiram adotar o conceito europeu como instrumento de promoção e integração da cultura, limitando-o porém ao âmbito nacional.

Devido à diversidade cultural e da extensão territorial do Brasil, a CAC decidiu inserir no país o conceito das capitais culturais em nível nacional, criando o projeto Capital Brasileira da Cultura, que elegerá anualmente uma cidade brasileira a partir de 2006.