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EUA planejam retirar soldados da Alemanha

sm16 de agosto de 2004

Plano de Washington de retirar pelo menos a metade dos 74 mil soldados estacionados na Alemanha poderá levar certos municípios ao colapso econômico.

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Soldados americanos em Heidelberg: um resquício da Guerra FriaFoto: AP

A retirada das tropas norte-americanas da Alemanha está para se concretizar. O presidente dos EUA, George Bush, pretende apresentar um plano de reestruturação das Forças Armadas estacionadas no exterior. Isso afetaria imediatamente a Alemanha.

Desmontando rede de bases da Guerra Fria

De acordo com o secretário de Estado norte-americano, Donald Rumsfeld, o governo alemão mostrou compreensão para com o plano de retirada, sobretudo por também estar planejando uma reestruturação das Forças Armadas alemãs.

Após um encontro com o ministro russo do Exterior, Sergei Ivanov, Rumsfeld assegurou que os EUA continuarão tendo tropas estacionadas na Alemanha, contudo só haverá uma rede de alguns poucos pontos estratégicos no exterior, bem menor do que a malha de bases americanas durante a Guerra Fria.

Os soldados a serem estacionados nas futuras bases se revezarão de quando em quando, algo que deverá assegurar o dinamismo e prontidão das Forças Armadas. Todo este processo deverá durar de quatro a seis anos.

Para a Alemanha, a decisão de Washington terá conseqüências relevantes. Cerca de 50% das tropas norte-americanas serão retiradas do território alemão. Milhares de soldados deverão ser transferidos para outros lugares, uma parte significativa para bases militares nos EUA.

A dissolução das bases, sobretudo nos estados de Hessen, Renânia do Norte-Vestfália e Baviera, e a respectiva retirada de milhares de soldados e seus familiares terão conseqüências graves para os municípios.

Municípios ameaçados de falência

A retirada dos soldados norte-americanos afetará imediatamente os funcionários civis do Exército dos EUA. Nas 128 bases espalhadas por todo o país trabalham 15.272 alemães. Cerca de metade deles poderá ficar sem emprego, segundo prevê o sindicato de prestação de serviços Verdi.

No estado da Renânia-Palatinado, por exemplo, o triângulo de municípios Baumholder, Birkenfeld e Idar-Oberstein depende economicamente de aproximadamente 13 mil soldados e suas famílias. Os prefeitos das localidades advertem que a pior coisa que poderia acontecer seria a retirada das tropas norte-americanas.

De acordo com cálculos de sindicalistas, a desmontagem da base de Baumholder ameaça seis mil empregos, além do corte dos 617 funcionários civis. As regiões atingidas precisariam urgentemente de um projeto de reestruturação econômica, mas para isso faltam verbas estaduais.

Para Alexander Bonde, especialista de Defesa do Partido Verde, a decisão de Washington seria uma conseqüência natural do fim da Guerra Fria. No entanto, dentro da Alemanha seria necessário desenvolver concepções de aproveitamentos das áreas abandonadas para fins civis. Talvez algumas bases possam ser aproveitados pelo Exército alemão.

A nova estratégia militar dos Estudos Unidos na luta contra o terror prevê a retirada de até 100 mil soldados da Europa e da Ásia. Na Alemanha, os EUA têm 74 mil soldados estacionados, dos quais a metade deverá abandonar o país, de acordo com relatos da imprensa.