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EUA querem apoio da Alemanha contra Saddam

mw20 de maio de 2002

Assessora de Bush avisa que Washington conta com fidelidade dos aliados europeus. Governo alemão tem se mantido cauteloso em relação a operação militar no Iraque. Bush chega a Berlim na quarta-feira.

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Rice (ao fundo) antecipou o que o presidente Bush espera ouvir do governo alemãoFoto: AP

A dois dias da chegada do presidente dos EUA, George W. Bush, a Berlim, sua assessora para assuntos de segurança mandou um recado ao governo alemão. Em entrevista à emissora pública de tevê ZDF, Condoleezza Rice declarou que Washington espera maior apoio da Alemanha em sua política contra o ditador iraquiano Saddam Hussein.

"Acreditamos que a Alemanha, assim como todos os aliados, deveria colaborar para a solução deste problema", disse a assessora, considerada atualmente uma das mulheres mais poderosas do mundo. Rice advertiu que os alemães, por exemplo, deveriam cuidar para que "nada que possa ser usado na fabricação de armas de extermínio em massa chegue ao Iraque".

Em março, o embaixador dos EUA denunciou na ONU que o Iraque havia importado veículos usados da Alemanha e os adaptado como para lançamento de mísseis, além de ter comprado ao país europeu máquinas que poderiam ser aplicadas na indústria bélica.

Condoleezza Rice ressaltou que Saddam Hussein, "este homem pavoroso", vem tentando durante "toda sua vida, obter estas armas terríveis" e "mais cedo ou mais tarde o mundo terá de combater este perigo". Segundo Rice, o presidente norte-americano está aberto "a propostas neste sentido".

Até o momento, o governo alemão tem se mantido cauteloso quanto à política americana para o Iraque. Desde o início dos ataques no Afeganistão, Washington vem acenando com uma provável futura operação militar contra Saddam. No entanto, o chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, prefere repetir que "até o momento não existem planos concretos" para uma ação militar. O ministro da Defesa, Rudolf Scharping, igualmente tem insistido que o mais importante seria aplicar "sanções mais rigorosas contra o Iraque, para que Saddam encerre seu programa armamentista".

Às vésperas das eleições federais de setembro, apoiar uma operação militar dos EUA contra Saddam trará problemas a Schröder com o Partido Verde. Ao aprovar a participação das Forças Armadas alemãs na guerra antiterror no Afeganistão, os verdes ressaltaram que não aceitariam missão semelhante contra o Iraque.

Especialista em política externa, o deputado social-democrata Hans-Ulrich Klose considera inevitável que a Alemanha vá participar de uma operação militar dos EUA no Iraque. "Saddam possui armas químicas e biológicas. Os americanos afirmam que nós, aliados alemães, temos os melhores equipamentos para encontrar estas armas, o tanque Fuchs. Se eles disserem que precisam de nós, vamos dizer não? É inimaginável", afirma Klose em entrevista ao jornal Die Welt.