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EUA respaldam oposição alemã que quer mais gastos militares

Estelina Farias4 de fevereiro de 2002

Encorajada pelos Estados Unidos, oposição conservadora da Alemanha exige aumento dos gastos militares. O Partido Verde, governista, argumenta que os europeus investem muito mais em prevenção de conflitos.

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Edmund Stoiber quer aumentar despesas militaresFoto: AP

A exigência dos Estados Unidos para a Europa aumentar seus gastos militares reforçou o clamor da oposição conservadora na Alemanha por mais investimentos na defesa. O Partido Verde, governista, ao contrário, vê nisso uma ameaça de nova corrida armamentista.

Participantes dos EUA na conferência sobre segurança internacional, em Munique, no último fim de semana, acusaram os europeus de investir pouco em suas Forças Armadas. O secretário-geral da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), George Robertson, também atestou a fraqueza da aliança militar de 19 países em comparação com o aliado mais poderoso, os Estados Unidos.

O governador da Baviera e candidato dos democrata-cristãos (CDU) e social-cristãos (CSU) à chefia do governo alemão, Edmund Stoiber, apoiou as exigências por mais gastos militares na Europa, sobretudo na Alemanha. Ele disse que os países europeus têm de aumentar seus esforços para reduzir o abismo entre as tecnologias bélicas dos EUA e da Europa.

Não daria mais para continuar como está, segundo ele, pois enquanto o orçamento da defesa americana é de US$ 379 bilhões, os gastos militares europeus são de apenas US$ 140 bilhões por ano. Em virtude dos atentados de 11 de setembro, a Casa Branca quer um acréscimo de 14,5% no orçamento do Pentágono.

O orçamento da Alemanha para 2002 prevê gastos militares de apenas 23,5 bilhões de euros (US$ 20,53 bilhões), o que representa uma redução de 1,4% em relação a 2001. O pacote de medidas de combate ao terrorismo destina, todavia, um adicional de 750 milhões de euros para a tropa alemã.

O ministro da Defesa do governo anterior de Helmut Kohl, Volker Rühe, criticou duramente a coalizão de governo atual social-democrata e verde por ter reduzido os gastos militares da Alemanha mais do que fizeram os outros parceiros europeus na OTAN. "Isso não pode continuar, se não quisermos paralisar toda a capacidade da defesa européia", disse o deputado democrata-cristão Rühe.

A presidenta do Partido Verde, Claudia Roth, ao contrário, qualificou como "um grande equívoco" acreditar que se tem de investir apenas mais dinheiro no aparato militar. "Isso geraria uma nova corrida armamentista", disse a deputada.

Prevenção de conflito

- O seu colega do Partido Verde e secretário de Estado do Ministério do Exterior, Ludger Vomer, rejeitou uma comparação direta entre as despesas militares dos Estados Unidos e dos outros parceiros na OTAN. "Existem conceitos diferentes de segurança nos dois lados do Atlântico", disse ele.

E acrescentou: "Os Estados Unidos partem do pressuposto de que alguns países são inimigos em potencial, contra os quais têm de se armar. Os europeus, ao contrário, tentam resolver os problemas globais e questões regionais de forma preventiva, evitando que os conflitos se agravem. Nós investimos muito mais na prevenção não militar de crises".