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EUA se abstêm em votação ​​na ONU contra embargo a Cuba

27 de outubro de 2016

Assembleia Geral das Nações Unidas aprova mais uma vez resolução que condena bloqueio americano à ilha. Texto recebe 191 votos a favor e duas abstenções. É a primeira vez em 25 anos que Washington não vota contra.

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Embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power, justifica posição do paísFoto: picture alliance/AP Photo/B.Matthews

A Assembleia Geral das Nações Unidas voltou a pedir o fim do embargo dos Estados Unidos a Cuba em resolução aprovada nesta quarta-feira (26/10), sem votos contrários. Pela primeira vez em 25 anos, Washington se absteve de votar. O texto promovido pelo governo cubano recebeu 191 votos a favor e 2 abstenções, dos EUA e Israel, únicos países que votaram contra a resolução em 2015.

A mudança de postura por parte dos americanos segue os apelos do presidente dos EUA, Barack Obama, que, desde o início do processo de reaproximação com Cuba, em dezembro de 2014, tem adotado medidas para atenuar o embargo econômico imposto à ilha em 1962. A suspensão total do embargo, porém, depende do Congresso, atualmente controlado por maioria republicana.

"A resolução é um exemplo perfeito de por que a política americana de isolar Cuba não estava funcionando", disse Samantha Power, embaixadora americana na ONU, ao anunciar a abstenção. "Em vez de isolar Cuba, nossa política isolava os EUA, incluindo aqui, nas Nações Unidas", acrescentou ela, em discurso que foi recebido com muitos aplausos das delegações.

Segundo Power, a abstenção do voto "não significa que os Estados Unidos estão de acordo com todas as políticas e práticas do governo cubano". Nesse sentido, ela reiterou que Washington continua preocupado com as "graves violações dos direitos humanos" cometidas pelas autoridades cubanas contra seu próprio povo, como as prisões arbitrárias de opositores, afirmou a embaixadora.

Por sua vez, o ministro cubano do Exterior, Bruno Rodríguez, classificou a abstenção americana como "um passo positivo", mas lamentou que o embargo ainda seja uma realidade. "É necessário julgar os fatos. O importante e concreto é a desmontagem do bloqueio – mais que os discursos, mais que as declarações de imprensa e mais que o voto de uma delegação nesta sala", afirmou.

O texto aprovado pela Assembleia Geral da ONU reconhece a "vontade reiterada" de Obama de "trabalhar em prol da eliminação do bloqueio econômico, comercial e financeiro" com Cuba e classifica como "positivas" as medidas aprovadas recentemente para aliviar o embargo. A resolução defende, porém, que essas ações "têm um alcance limitado" e pede a derrubada total do embargo.

Esta é a 25ª vez que a resolução anual apresentada por Cuba é aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas. O resultado não é juridicamente vinculativo, mas possui peso político.

EK/efe/lusa/ap/afp