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Europa lembra o armistício

Agências (rsr)11 de novembro de 2008

Líderes dos principais países europeus envolvidos na Primeira Guerra Mundial participam de celebrações por toda a Europa para lembrar os 90 anos do final do conflito.

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Sarkozy no local em que estão enterrados 130 mil soldados, perto do Forte de DouaumontFoto: AP

Vários líderes europeus relembraram nesta terça-feira (11/11) os 90 anos do final da Primeira Guerra Mundial e os mais de 8,5 milhões de soldados mortos no conflito.

Na França, o presidente Nicolas Sarkozy dirigiu a cerimônia de celebração do armistício da Primeira Guerra Mundial, assinado em 11 de novembro de 1918. As comemorações aconteceram no Forte de Douaumont, um dos cenários da sangrenta Batalha de Verdun, ocorrida em 1916.

Participaram da cerimônia o príncipe Charles, herdeiro da Coroa britânica, a sua esposa Camilla, além do presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, e o presidente do Parlamento Europeu, Hans-Gert Pöttering. O representante alemão foi o presidente do Bundesrat (câmara alta do Parlamento), Peter Müller.

No local onde estão os restos mortais de 130 mil soldados, Sarkozy disse que todos os mortos na guerra devem ser homenageados, sem exceção. Somente nos 300 dias da Batalha de Verdun morreram 300 mil soldados.

Veteranos vivos

Lech Kaczynski in Deutschland
Merkel foi convidada pelo colega polonês Lech KaczynskiFoto: AP

Em Londres, a cerimônia contou com a presença de três dos quatro últimos veteranos britânicos da guerra. Eles representaram os cerca de 5 milhões de soldados britânicos que serviram durante o combate.

Exatamente às 11 horas da manhã (horário local), Henry Allingham, 112 anos, Harry Patch, 110, e Bill Stone, 108, todos em cadeiras de rodas, fizeram dois minutos de silêncio diante do monumento em homenagem aos mortos na guerra.

O trio representou as três forças armadas britânicas envolvidas na Primeira Guerra Mundial. Já Erich Kastner, o último sobrevivente das tropas alemãs, morreu em janeiro deste ano, aos 107 anos de idade. Dois meses mais tarde morreu o último combatente francês, Lazare Ponticelli, com 110 anos.

Para o vice-ministro francês da Defesa, Jean-Marie Bockel, reconciliação é não esquecer. "O esquecimento seria a pior coisa", acrescentou. "Essa guerra é parte de nossa memória coletiva e quem não conhece seu passado não tem futuro", complementou.

Participação alemã

Ehepaar Sarkozy mit Prince Charles und Camilla
Sarkozy e Carla Bruni (e) e o príncipe Charles e esposa CamillaFoto: AP

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, participou das homenagens na Polônia, que também celebra no dia 11 de novembro a sua independência. O convite partiu do presidente Lech Kaczynski, que reuniu no centro de Varsóvia outros 15 chefes de Estado e de governo, entre eles o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, e da Ucrânia, Viktor Yushchenko.

Três impérios europeus foram destruídos e desmembrados após a Primeira Guerra Mundial: o alemão, o austro-húngaro e o russo. Foi com o final desses impérios – que dividiam entre si o território polonês – que a Polônia conquistou a sua independência após 123 anos de dominação.

Também o Império Turco-Otomano chegou ao fim com o final da Primeira Guerra Mundial. Dinastias imperiais européias como as das famílias Habsburg, Romanov e Hohenzollern, que vinham dominando politicamente a Europa, também caíram durante os quatro anos de guerra.

O Império Turco-Otomano foi substituído pela República da Turquia e muitos territórios por toda a região acabaram em mãos inglesas e francesas. Na Europa Central, os novos estados Tchecoslováquia, Finlândia, Letônia, Lituânia, Estônia e Iugoslávia "nasceram" depois da guerra e os estados da Áustria, Hungria e Polônia foram redefinidos.