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Europeus não desistem de procurar Beagle

Roselaine Wandscheer8 de janeiro de 2004

Apesar do fracasso na busca pela sonda européia em solo marciano, cientistas destacam sucesso da missão ao planeta vermelho. Perito da Nasa critica economia da ESA.

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Centro de controle ainda espera por sinais da sondaFoto: AP

A sonda Beagle 2, lançada sobre o solo de Marte, no Natal, continua desaparecida, mesmo depois da tentativa de contato através da nave-mãe ─ o satélite Mars Express ─, que sobrevoou o local do lançamento da sonda a 300 quilômetros de altitude na tarde desta quarta-feira (7/01). "Partimos do princípio de que a sonda foi destruída ou que caiu numa cratera", disse o diretor-chefe da missão, Mike McKay, na sala de controle, na cidade alemã de Darmstadt.

Ainda não entregamos os pontos, continuou David Southwood, diretor científico da Agência Espacial Européia (ESA). "Teremos oportunidade de localizá-la nos próximos dias. Além disso, vamos mudar nossa estratégia de busca. Na realidade, Beagle 2 já deveria ter emitido sinais logo após seu pouso em solo marciano, no dia 25 de dezembro.

A órbita da nave-mãe, inicialmente em sentido equatorial ao redor de Marte, foi alterada para o sentido polar, especialmente para a localização da sonda. Nesta quarta-feira, então, ela havia atingido a posição ideal para a recepção de eventuais sinais da área onde se supõe a Beagle 2. Só que estes sinais ─ uma melodia de nove notas composta pela banda inglesa Blur ─ não foram captados.

Fracasso apenas parcial

Mars Rover
Foto: AP

Embora Beagle 2 não tenha sido localizada, ninguém na sede da missão admite falar em fracasso. Afinal, ainda existe Mars Express, cujo funcionamento é considerado "perfeito" e já agora é um "triunfo", explicou o Rudolf Schmidt, responsável pelo satélite. Sua missão é fotografar a superfície do planeta mais próximo à Terra com uma câmera especial e, através de um sistema semelhante ao do radar, rastrear seu solo até uma profundidade de cinco quilômetros.

Se não for desta vez, resta a esperança aos europeus de terem acumulado experiência suficiente para uma nova tentativa com uma sonda em Marte. Southwood garante que a ESA aprendeu muito com a atual missão, "por isso, retornaremos a Marte no futuro".

Para Jesco Puttkamer, engenheiro alemão na Nasa, um dos motivos para o fracasso na aterrissagem do robô europeu em solo marciano é a questão financeira. "Em 1998, perdemos duas sondas em Marte por termos economizado 30% dos seus custos. O solo de Marte é muito duro e Beagle foi claramente muito barato. Ele não estava equipado nem com telemetria, para o envio de dados durante o voo e a aterrissagem", revela o engenheiro alemão que coordena projetos na Nasa.

Tecnologia alemã em Marte ─ Apesar do fracasso dos europeus em solo marciano, a tecnologia alemã chegou a solo marciano a bordo da sonda Spirit, da Nasa, que aterrissou com sucesso no planeta vermelho no último domingo. Trata-se de um espectômetro de Mössbauer (MB), para investigações próximas de rochas e solos ferrosos, e de um espectômetro que usa radiação alfa para analisar pedras e minerais na superfície do planeta. Os equipamentos foram desenvolvidos pela Universidade Johannes Gutenberg e pelo Instituto Max Planck da cidade alemã de Mainz.

Rosetta será lançada em fevereiro A Agência Espacial Européia marcou para o dia 26 de fevereiro o lançamento de sua sonda Rosetta, fabricada pela empresa alemã Astrium Deutschland. Ela levará consigo um módulo de pesquisa preparado para pousar no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. A sonda, que pesa três toneladas, deverá atingir seu destino em 2014.

Inicialmente, seu destino era o cometa Wirtanen, mas os planos foram alterados devido a uma pane no foguete Ariane 5, que levaria a sonda ao espaço, em dezembro de 2002.