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Extrema direita avança na Holanda

(pc)8 de março de 2002

Na Holanda, os partidos governamentais sofreram clara derrota nas eleições municipais. O partido do extremista Pim Fortuyn saiu vitorioso em Roterdã.

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O direitista Pim Fortuyn recebeu apoio inusitado em RoterdãFoto: AP

Roterdã é a segunda maior cidade da Holanda. O Partido Leefbaar Rotterdam (Vida Digna Roterdã) de Pim Fortuyn conquistou 17 dos 45 mandatos da Câmara Municipal, derrotando os social-democratas (PvA) que, pela primeira vez em 40 anos, caíram para o segundo lugar. Eles perderam 4 cadeiras e terão apenas 11 vereadores.

Não apenas em Roterdã, mas em outras cidades e municípios holandeses, o Leefbaar e partidos locais registraram forte crescimento. No total, eles ficaram com 26% do eleitorado, suplantando os democrata-cristãos (CDA) como principal foça política (20,5%).

Ódio aos muçulmanos

– Durante a campanha eleitoral houve vários protestos contra Pim Fortuyn, que foi comparado ao também populista austríaco Jörg Haider. O eleitorado do extremista holandês é na sua maioria jovem, do sexo masculino e de baixa qualificação profissional.

Fortuyn aproveitou-se sobretudo do aumento da criminalidade nas grandes cidades holandesas para defender a ordem e o estado de direito. Após os atentados terroristas de 11 de setembro, ele lançou regularmente tiradas de ódio contra a comunidade muçulmana. Além da segurança, sua plataforma populista priorizou o problema da imigração.

Fortuyn não poupou ataques contra o primeiro-ministro holandês Wim Kok, culpando os social-democratas holandeses, que estão há doze anos no poder, de não terem controlado o alto desemprego.

Homossexualismo e discriminação

– Apesar de assumir publicamente seu homossexualismo, Pim Fortuyn propôs, em fevereiro, que fosse anulado o artigo da constituição holandesa que proíbe qualquer tipo de discriminação. Isto causou mal-estar na cúpula do partido Leefbaar Nederland (Vida Digna Holanda), que retirou o nome de Fortuyn da lista nacional.

Fortuyn decidiu então candidatar-se às eleições parlamentares de maio próximo por conta própria. Segundo as sondagens, ele poderá conseguir 12,5% dos votos.