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Férias apesar da crise

lk9 de fevereiro de 2003

Conhecidos em todo o mundo como viajantes inveterados, alemães não se deixam abalar pela iminência de uma guerra no Iraque ou a crise econômica.

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O Sudeste da Europa atrai com tempo bom e preços acessíveisFoto: AP

Desde os atentados de 11 de setembro de 2001, o setor do turismo só fala em crise. Mas, se depender dos alemães, há uma pequena esperança para 2003, desde que as operadoras de viagens sejam flexíveis e reajam às tendências. Sair de férias continua sendo um "must" para os alemães, só que eles não estão mais a fim de comprar pacotes para viagens longas nem gastar muito nas férias.

"Para nossa surpresa, o número dos que pretendem sair de férias este ano se manteve constante", revelou Horst W. Opaschowski, diretor do Instituto BAT de Pesquisa sobre o Lazer, de Hamburgo, ao apresentar o estudo que sua entidade realiza anualmente. "Da mesma forma que em janeiro de 2002, 47% dos alemães revelaram já em janeiro ter a firme intenção de viajar em 2003." Para o estudo, foram entrevistadas cinco mil pessoas acima de 14 anos.

Memória curta

A experiência mostra, segundo Opaschowski, que os turistas sofrem de "memória curta crônica". Ou seja, em épocas de crise, após um período de recuo para se adaptar às novas circunstâncias, o movimento de viagens volta a aumentar. Mesmo uma guerra no Iraque, acredita ele, só levará a uma estagnação temporária no setor turístico. O dinheiro é que de fato desempenha um papel importante: "As pessoas se decidem de acordo com suas necessidades econômicas."

Neste sentido, sim, a crise se espelha no comportamento dos viajantes: cresce a preferência por viagens mais curtas e a espontaneidade na decisão de viajar, diminui o dinheiro gasto com férias. "Foram-se os tempos em que os alemães não tinham limites para viajar nem para gastar com viagens", acentua o conhecedor do assunto.

Menos é melhor que nada

As pessoas estão cada vez menos dispostas a comprar com antecedência pacotes para férias de duas, três semanas ou mais. Em 2002, as viagens curtas, entre cinco e 13 dias, aumentaram em 50% em comparação com 2001. E, com isso, a tendência de visitar cidades grandes. "Os viajantes do século 21 querem fazer o máximo de coisas em poucos dias", analisa Opaschowski.

Brandenburger Tor neu eröffnet
Berlim é o mais apreciado destino do turismo domésticoFoto: AP

Na Alemanha, as cidades que mais atraem são Berlim, Munique, Hamburgo e Dresden. Na Europa, Viena, Praga e Paris lideram o ranking das cidades mais visitadas. As ofertas das novas empresas aéreas barateiras devem contribuir para reforçar esta tendência.

Um terço das viagens dos alemães tem por destino um lugar dentro da própria Alemanha. Entre os países estrangeiros, a Espanha continua sendo o destino predileto (13,1%), porém com tendência decrescente já desde 1999. Segue a Itália, com 10,1%, e Áustria e Turquia, com 6,1% cada. A Croácia e outras regiões da antiga Iugoslávia também vêm atraindo cada vez mais viajantes da Alemanha: porque oferecem sol garantido e bons preços.

Para as operadoras de viagens, portanto, a questão é reagir a essas tendências, incluindo em suas ofertas destinos atraentes e baratos, bem como pacotes mais flexíveis, com módulos que o cliente possa combinar de acordo com suas preferências e com seu bolso.