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Fifa suspende Beckenbauer por três meses

13 de junho de 2014

Campeão mundial como jogador e técnico, lenda do futebol alemão recebeu punição por negar depoimento à investigação sobre eleição do Catar para sede da Copa de 2022. Ele nega envolvimento em suposto caso de suborno.

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Franz Beckenbauer ARCHIV
Foto: Getty Images

O alemão Franz Beckenbauer, de 68 anos, campeão do mundo como jogador e treinador, foi suspenso nesta sexta-feira (13/06), provisoriamente por 90 dias, de toda atividade relacionada ao futebol, por não colaborar com uma investigação da Fifa.

"A suposta infração se deve à falta de cooperação de Franz Beckenbauer em uma investigação da comissão de ética, apesar de que tenha sido solicitada sua ajuda em reiteradas ocasiões, incluindo pedidos de que ele desse informações por entrevista pessoal ou respondesse por escrito a perguntas que foram enviadas em inglês e alemão", ressaltou a Fifa, em comunicado.

A suspensão foi decretada a pedido de Michael J. García, o principal investigador da Fifa sobre denúncias de compra de votos envolvendo a eleição do Catar como sede do Mundial de 2022.

Dor de cabeça

A Copa do Mundo do Catar tem provocado dor de cabeça à Fifa. De acordo com uma reportagem publicada no início de junho pelo jornal britânico SundayTimes, o milionário do Catar e ex-executivo do setor de futebol Mohammed Bin Hammam teria pago 5 milhões de dólares de suborno a várias pessoas para que seu país fosse escolhido. O diário também citou o nome de Beckenbauer em conexão com as acusações.

Fußball FIFA Mohamed Bin Hammam
Mohamed Bin Hammam: catarense teria pago suborno para eleição de seu país como sede da CopaFoto: Saeed Khan/AFP/Getty Images

Beckenbauer negou categoricamente estar envolvido em suposto escândalo de suborno na escolha do Qatar para sediar a Copa do Mundo de 2022. "Não tenho nada a esconder", disse o presidente de honra do Bayern de Munique, em entrevista publicada pelo jornal alemão Bild, o mais lido na Alemanha.

"Digo com sinceridade. Não entendo toda esta excitação. Já disse várias vezes que sou o interlocutor errado para o tema corrupção", argumentou. "Na Fifa, só tenho status de consultor, não sou mais membro do comitê executivo e, portanto, não sou obrigado a falar com o senhor Garcia."

"Atitude vergonhosa"

Ele foi membro do comitê executivo da Fifa que elegeu a Rússia e o Catar como sedes do Mundial de 2018 e 2022, respectivamente, mas nunca revelou em quem votou, argumentando que o voto é secreto. Entretanto, ele insinuou que seguiu as recomendações da Federação Alemã de Futebol (DFB), que não era a favor da candidatura do Catar.

Um membro do comitê executivo da Fifa, cujo nome não foi revelado, afirmou ao jornal alemão Die Welt, que considera a atitude de Beckenbauer "vergonhosa".O diário disse, ainda, que mesmo o norte-irlandês Jim Boyce, vice-presidente da Fifa, pediu que a comissão de ética punisse a quem não colaborasse com a investigação.

O alemão Theo Zwanziger, ex-presidente da DFB e membro do comitê executivo da Fifa, também havia advertido sobre uma possível sanção. "Há questões que deixam dúvidas", disse ele sobre Beckenbauer em São Paulo.

MD/afp/dpa/rtr