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Filminhos em telões

Ingrid Arnold2 de junho de 2003

Filmes originalmente produzidos para a internet conquistam cada vez mais espaço em cinemas e festivais de animação.

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Screenshot de um filme flashFoto: rubberfish.com

A revolução começou há poucos anos. De repente, dava para ver filmes não só no cinema e na TV, mas também na internet. Aqueles filmes curtos e criativos, pequenas pílulas de informação, inicialmente produzidos apenas para a internet, passaram então a ser exibidos em grandes telas de cinema, seja em Hamburgo ou em Nova Iorque. Mundo às avessas?

Flash é um formato de filme especialmente desenvolvido para a internet. No entanto, os arquivos são apropriados não apenas para a rede, mas também para projeções em telas. Ao contrário das imagens de vídeo, pixeladas, os filmes flash são vetorizados: o que é armazenado não são todos os pontos da imagem, mas apenas pontos referenciais, ligados através de linhas. Se a superfície descrita estiver preenchida, as imagens podem ser ampliadas ad infinitum e projetadas em grandes telas, sem perder o foco.

Qualquer um é cineasta

Eventos de cinema flash já estão se tornando comuns em diversas cidades. Independente de mostras próprias, os filmes flash já vêm conquistando uma categoria própria em festivais de animação. Uma das produtoras pioneiras no cinema flash foi a Bitfilm, de Hamburgo. No ano 2000, ela criou o Prêmio Flash. Para Aaron Koenig, administrador e diretor do festival Bitfilm, a exibição de flash em cinema é sobretudo simples.

Não há mais necessidade de digitalizar nada, nem fazer cópias em celulóide. Basta o cinema fazer o download dos filmes digitais da internet para o disco rígido do computador e projetá-lo com um beamer. Só a qualidade de som é que sofre bastante com a transferência, em função da extrema compressão de dados. Comprimindo informações de imagem e som, reduz-se o tempo de carregar os arquivos de filme.

As limitações da internet levaram a uma linguagem visual própria. Nos filmes flash, as formas são simples e reconhecíveis e os fundos, econômicos. Além disso, é fácil aprender a fazer filmes flash e sua produção é teoricamente rápida. Para Koenig, isso possibilita um acesso ideal a “talentos que jamais teriam embarcado dos filmes de animação”.

Filmes de autor e produções de estúdio

O flash sempre foi saudado como um novo exemplo da “democratização do meio de produção” entre os cineastas. As únicas coisas necessárias são o programa Flash e um acesso à internet. A simplicidade do programa possibilita tanto a criação artesanal de filmes de autor como complexas produções de estúdio. Os highlights não provêm apenas dos Estados Unidos, Escandinávia, Alemanha e França. Estúdios de animação como Bechamel ou Moccu também produzem para a TV, um outro âmbito promissor para os filmes flash.

Apesar do sucesso nos cinemas, ninguém usa flash para fazer filmes de animação diretamente para o cinema. “Para esta finalidade, existem programas melhores” – lembra Chrostof Husemanns, da Flashkino, de Berlim. A principal função do Flash é criar pequenos arquivos apropriados para a veiculação na internet. Neste ponto, o programa parece imbatível.

Lançado em 1996 como “FutureSplash”, o software de animação recebeu seu nome abreviado no ano seguinte, ao ser incluído no portfólio da firma norte-americana Macromedia. Atualmente já circula no mercado a sexta geração de Flash. O Flash-Player já está instalado em mais de 98% dos computadores com acesso à internet.

Mais do que brincar com o programa

Por que então as projeções em tela? Inicialmente, Christof Husemann pretendia sobretudo poupar os espectadores do demorado download, mas também criar um “teatro de diversões”. A fim de atrair espectadores normais, além da comunidade de fãs e de entendidos em novas mídias, Christof Husemanns lançou inicialmente interessantes programas temáticos, que incluiam desde filmes sobre animais até experimentos psicodélicos com Flash.

Se, de início, o festival Bitfilm tinha dificuldade em preencher um programa de uma hora com filmes interessantes, agora ficou difícil escolher entre tantas opções, comenta Aaron Koenig. Tudo se profissionalizou e os filmes já atingiram um outro grau de qualidade, além do “olha só como eu sei fazer um homenzinho se mexer de um lado para o outro da tela”.