Fim do serviço militar, fim dos grandes esportistas?

O chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, e o ministro da Defesa, Rudolf Scharping, defendem a manutenção do serviço militar obrigatório por motivos sociais, políticos e econômicos. O presidente da Federação Alemã dos Esportes (DSB), Manfred von Richthofen, também compartilha da mesma opinião, embora por um motivo bem diferente: ele teme que a extinção do serviço militar traga conseqüências negativas para o esporte alemão.

"Um dos maiores patrocinadores do esporte de elite na Alemanha são as Forças Armadas", revelou von Richthofen. Atualmente, os militares ocupam cerca de 704 postos em 22 grupos de fomento ao esporte. O fim do serviço militar obrigatório implicaria na extinção de boa parte destes postos, segundo o presidente da DSB. E isto seria péssimo para o país.

Um recente exemplo da importância das Forças Armadas para o esporte nacional foi o sucesso da equipe olímpica alemã nos Jogos de Inverno, em Salt Lake, nos Estados Unidos. Dos 158 atletas alemães participantes, 69 pertencem às Forças Armadas, o equivalente a 44%. E mais: das 35 medalhas conquistadas pela equipe alemã nesta olimpíada, 25 foram abocanhadas pelo contingente militar.

Alerta - Perante estes dados nada desprezíveis, von Richthofen aproveitou a recepção oferecida nesta terça-feira (9) pelo ministro da Defesa aos atletas militares que estiveram em Salt Lake para fazer um alerta quanto ao prejuízo que o fim do serviço militar traria para a manutenção do esporte de elite na Alemanha.

O presidente da DSB também elogiou a parceria com as Forças Armadas. "O patrocínio do esporte de elite nas Forças Armadas auxilia em todos os sentidos os esforços do governo alemão em fomentar o esporte no país, que, entre outros objetivos, almeja a boa representação da Alemanha em importantes competições internacionais, tais como campeonatos europeus, mundiais e olimpíadas. A meta é também propiciar aos nossos atletas a mesma chance de vitória que a oferecida aos esportistas de outros países", argumentou von Richthofen, reiterando que é favorável à permanência do serviço militar obrigatório.