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Firmada coalizão entre social-democratas e neocomunistas

(sv)16 de janeiro de 2002

Três meses após as eleições em Berlim, foi assinado o contrato que estabelece a coalizão de governo entre SPD e PDS, causando protestos de perseguidos políticos durante o regime da ex-Alemanha Oriental.

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Neocomunista Gregor Gysi (PDS), futuro Secretário da Economia de BerlimFoto: AP

Líderes do Partido Social Democrático (SPD) e do neocomunista Partido do Socialismo Democrático (PDS) firmaram nesta quarta-feira (16) o "documento histórico", que estabelece a coalizão que irá governar Berlim nos próximos anos. Nesta quinta-feira (17), serão eleitos pela Assembléia Legislativa os nove integrantes do gabinete executivo.

Renúncia

- A concretização da coalizão que une social-democratas e neocomunistas - em parte remanescentes do Partido Socialista Unitário da Alemanha (SED), a facção única durante o regime comunista da antiga Alemanha Oriental – causou protestos e em parte a renúncia de membros do SPD.

Em uma declaração conjunta, doze social-democratas do leste da cidade distanciaram-se do partido alegando que não podem "entender esse caminho tomado pelo SPD de Berlim. Nós não estamos dispostos a arcar com a responsabilidade e a culpa de dividir o poder com os pós-comunistas em Berlim". Também na parte oeste da cidade, o documento que oficializa a coalizão social-democrata-neocomunista causou a renúncia de membros do SPD.

Vítimas

- O Conselho Central dos Perseguidos Políticos pelo Comunismo criticou duramente a formação do novo governo berlinense. "Para as vítimas da ditadura do SED, é insuportável ver antigos políticos no poder como se nada tivesse acontecido", afirmou o presidente do Conselho, Frieder Weisse.

O distanciamento do passado da antiga Alemanha Oriental, assumido pelo PDS no preâmbulo do documento que sela a coalizão, é, segundo Weisse, "mera mentira de etiqueta. A interpretação histórica feita pelo PDS é um exemplo do engodo e dos truques usados pelos comunistas".

O Conselho Central dos Perseguidos Políticos pelo Comunismo, que representa cerca de 30 associações menores de vítimas do regime da antiga Alemanha Oriental, exige a criação de uma central que documente os "acontecimentos pós-comunismo, com o objetivo de evitar recaídas em antigas estruturas de poder, bem como suas conseqüências".

Reparação financeira

- O presidente da Associação das Vítimas do Stalinismo, Harald Hemmerling, anunciou em entrevista ao diário Leipziger Volkszeitung desta quarta-feira que pretende ir à Justiça para pleitear uma reparação financeira para as vítimas da ditadura comunista na ex-Alemanha Oriental.

Na opinião de Hemmerling, "é contra o princípio da igualdade entre cidadãos o fato de que as vítimas do nazismo no país possam receber uma pensão no valor de 700 euros ao mês, enquanto as vítimas do comunismo não têm direito a nada". Hemmerling acredita que cerca de 100 mil pessoas tiveram suas biografias prejudicadas pelo regime no país e teriam, por isso, direito ao ressarcimento por parte do Estado.