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Fischer ressalta solidariedade com Israel

Neusa Soliz30 de maio de 2002

Em mais uma visita ao Oriente Médio, o político do Partido Verde reuniu-se com o primeiro-ministro israelense, Ariel Scharon, e com o presidente palestino, Iassir Arafat.

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Ariel Sharon (e) e Joschka Fischer em Jerusalém (30.05.02)Foto: AP

Para o ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, não há maioria na Alemanha para tendências anti-israelitas, apesar das discussões atuais em torno do anti-semitismo. O atual debate - desencadeado pelo vice-presidente do Partido Liberal, que não faz parte do governo alemão - irá se esgotar em si, como todos os anteriores. E seu resultado será o fortalecimento das relações entre Israel e a Alemanha, disse o político do Partido Verde, que reuniu-se nesta quinta-feira (30) com o premier israelense, Ariel Sharon, em Jerusalém, e posteriormente com o presidente palestino Iassir Arafat, em Ramallah.

A sombra do Holocausto

- Fischer garantiu a Sharon que Israel pode confiar na solidariedade do governo alemão. Discussões em torno de se tratar Israel como qualquer outro país, costumam aflorar periodicamente na Alemanha. Elas tanto podem partir da direita como da esquerda, expôs o ministro, advertindo os alemães a não eliminarem o Holocausto de suas consciências, porque "o que se recalca não desaparece, pelo contrário".

Conferência adiada?

O plano de paz para desativar o conflito israelense-palestino esteve no centro da visita de Fischer. Diplomatas dos Estados Unidos e da União Européia também percorrem a região, procurando conquistar apoio para a nova iniciativa. A conferência internacional sobre o Oriente Médio, anunciada pelos Estados Unidos, cuja realização estava prevista para junho ou julho, provavelmente será adiada, segundo informações do New York Times.

Uma nova data dependerá da disposição das partes em conflito a discutirem todos os detalhes do processo de paz, e também do que se pode esperar como resultado da conferência, segundo diplomatas americanos. O plano especifica três áreas, nas quais deverá haver progressos paralelamente: negociações políticas com base numa solução que considera a existência de dois estados; reconstrução e reforma das instituições palestinas e novas medidas de segurança.

Diplomacia a todo vapor

- A União Européia pretende desempenhar novamente um papel importante no financiamento das estruturas da Autonomia Palestina, conforme garantiu seu encarregado de política exterior e segurança, Javier Solana, na conversação que manteve no Cairo com o presidente egípcio Hosni Mubarak. Mubarak também recebeu nesta quinta-feira (30) o enviado norte-americano ao Oriente Médio William Burns. O diplomata estadunidense ressaltou a importância de que os três aspectos do plano avancem simultaneamente. Burns também se reuniu com Arafat, e tem ainda um encontro marcado com o ministro alemão, Joschka Fischer em Israel.

A reforma das instituições palestinas e a assinatura da constituição

O presidente palestino, Iassir Arafat, por sua vez, colocou em vigor, com cinco anos de atraso, a lei fundamental palestina, aprovada em 1997. Arafat teria assinado a constituição na última terça-feira (28). Ao que tudo indica, o líder palestino atendeu à pressão da própria população e dos países ocidentais. Segundo seu porta-voz, a constituição faz parte das reformas anunciadas por Arafat há duas semanas. Ela prevê, entre outros, a eleição direta do presidente, a divisão de poderes e garante os direitos civis fundamentais.

Desde que foi fundada a Autonomia Palestina, em 1994, têm havido queixas de irregularidades, principalmente no sistema judiciário. Houve casos de palestinos julgados, condenados e executados em um só dia, sem chance de apelação. Pessoas foram detidas e mantidas presas sem acusação ou processo.

O próprio Arafat foi eleito em 1996 por três anos, mas desde então não houve eleições. Neste mês, ele anunciou eleições, mas sem mencionar data, acrescentando que o pleito não seria possível enquanto Israel cercar ou bloquear cidades palestinas.