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FlowTex: Altas penas de prisão no maior escândalo econômico do pós-guerra

Neusa Soliz19 de dezembro de 2001

Os proprietários da FlowTex enganaram bancos e companhias de leasing durante dez anos e deixaram um prejuízo de 3,5 bilhões de marcos. O processo terminou hoje em Mannheim.

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À esquerda, os proprietários da FlowTex, à direita os dois outros réus condenados.Foto: AP
Um tribunal de Mannheim condenou os ex-proprietários da FlowTex, empresa de equipamento para perfuração do solo, Manfred Schmider e Klaus Kleiser, a altas penas de prisão por fraude. Schmider pegou 12 anos e Kleiser, 9 anos e meio. Ambos haviam lesado bancos e companhias de leasing simulando negócios com perfuradoras horizontais fictícias. "É incrível como eles conseguiram ampliar o esquema e que ele tivesse funcionado por tanto tempo", comentou o juiz Michael Meyer.

As trapaças dos dois empresários causaram prejuízos de 3,5 bilhões de marcos (3,78 bilhões de reais). Trata-se da maior fraude na história da Alemanha desde o pós-guerra. O tribunal não constatou culpa ou cumplicidade dos bancos e das companhias de leasing.

A bolha de sabão

- Durante quase dez anos, os réus conseguiram manter a ilusão de dirigirem uma empresa de sucesso e em expansão. No final, quando estourou a gigantesca bolha de sabão que eles criaram, havia apenas de 200 a 300 perfuradoras, e não as 3 mil que constavam dos livros. Os créditos foram levantados para adquirir essas máquinas fantasmas. Ainda há quotas de leasing não saldadas num valor entre 2,2 e 2,5 bilhões de marcos (de 2,3 a 2,7 bilhões de reais).

Segundo o juiz, Mandred Schmider e Klaus Kleiser se enriqueceram com o golpe. Cada um recebia um salário de 100 mil marcos (108 mil reais). Como se isso não bastasse, Schmider desviou 325 milhões de marcos da FlowTex para o próprio bolso.

Fraude financeira

- A ex-gerente da empresa, Angelika Neumann, foi condenada por cumplicidade a 7 anos e meio de prisão. O ex-diretor financeiro da empresa, Karl Schmitz, pegou uma pena de 6 anos e meio. Com a sua ajuda, os dois empresários prepararam o lançamento de títulos fraudulentos no mercado financeiro e, por isso, também foram enquadrados por fraude financeira. Se contudo não houve prejuízo para os investidores, isso se deve ao fato de os títulos terem sido tirados a tempo do mercado. O crime foi desvendado em 4 de fevereiro de 2000, com a prisão de Kleiser e Schmider.