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Fracassa nova tentativa republicana de substituir Obamacare

18 de julho de 2017

Mais dois senadores republicanos expressam oposição ao projeto apresentado pelo partido, inviabilizando aprovação. Revogar sistema de saúde criado por Obama foi uma das principais promessas de campanha de Trump.

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Manifestação contra a eliminação do Obamacare, a reforma de saúde criada pelo ex-presidente Obama, em Nova York
Manifestação em Nova York contra a eliminação do ObamacareFoto: picture alliance/dpa/E. Mcgregor

A mais recente proposta de lei do governo dos Estados Unidos para substituir o chamado Obamacare, sistema de saúde criado pelo ex-presidente Barack Obama, fracassou nesta segunda-feira (17/07) depois de mais dois senadores republicanos anunciarem sua oposição ao texto.

Com as novas debandadas, a bancada republicana não tem mais os votos necessários para aprovar a proposta apresentada pelo próprio partido no Senado e se mostra incapaz de propor uma alternativa viável à reforma impulsionada por Obama.

A principal dificuldade da liderança republicana é agradar aos dois lados dentro do partido: aqueles que acham que a proposta não avança o suficiente na eliminação das regras criadas por Obama e aqueles que acham que ela vai longe demais.

Diante do novo bloqueio, o presidente Donald Trump pediu aos congressistas republicanos que "simplesmente revoguem" o Obamacare e iniciem o trabalho do zero. "Os republicanos devem simplesmente revogar o falido Obamacare e agora trabalhar em uma nova reforma da saúde. Os democratas vão se unir!", escreveu Trump no Twitter.

A sugestão de Trump parece ter sido acolhida pelo líder republicano no Senado, Mitch McConnell, que anunciou que a prioridade passa a ser simplesmente revogar o Obamacare, sem substituto imediato. "A revogação do Obamacare, com um período de suspensão de dois anos, dará um período de transição estável", afirmou McConnell, ao anunciar uma votação nesse sentido nos próximos dias.

Quatro republicanos contra

Os senadores que anunciaram a sua oposição ao projeto são Mike Lee e Jerry Moran, que se uniram a Susan Collins e Rand Paul como os quatro republicanos que viraram as costas ao texto que substituiria o Obamacare, uma das principais promessas de campanha de Trump. Vários outros republicanos também expressaram dúvidas sobre a nova proposta.

Lee reclamou que a proposta republicana não avança o suficiente na eliminação das exigências de cobertura do Obamacare, enquanto Collins, um moderado, reclamou que os cortes deixariam milhões de pessoas sem proteção.

Os anúncios de Lee e Moran foram feitos depois de a liderança republicana no Senado decidir adiar a votação, prevista para esta semana, por conta da ausência do senador John McCain, que se recupera de uma cirurgia no olho.

Com a oposição dos quatro republicanos e dos 48 senadores democratas, unidos em bloco contra a revogação do Obamacare, os votos favoráveis à nova proposta ficariam abaixo dos 50 necessários.

Segunda versão

Esta é a segunda proposta de substituição do Obamacare que os republicanos levaram ao Senado, depois que a oposição dentro do próprio partido os forçasse a retirar, em junho, a primeira versão.

Da mesma forma que a anterior, a lei contemplava cortes pesados para o acesso ao programa de saúde aos mais pobres, conhecido como Medicaid, algo rejeitado pelos senadores republicanos mais moderados.

Segundo estudos independentes do escritório de orçamento do Congresso, entre 22 milhões e 24 milhões de pessoas perderiam seus planos de saúde nos próximos dez anos com as propostas dos republicanos.

AS/efe/ap