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França abre investigação sobre abuso infantil na RCA

7 de maio de 2015

Ministério Público abre inquérito sobre denúncia de que 14 militares franceses teriam estuprado crianças na República Centro-Africana. Ministério da Defesa já sabia do caso desde julho de 2014.

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Foto: AFP/Getty Images/P. Pabandji

Quatorze soldados franceses, que estavam servindo como forças de paz no conflito na República Centro-Africana (RCA), foram colocados sob investigação depois de terem sido acusados de abuso infantil e estupro por seis crianças entre nove e 13 anos. Os crimes teriam ocorrido entre dezembro de 2013 e junho de 2014.

O promotor francês François Molins disse que uma investigação judicial foi lançada nesta quinta-feira (07/05), após ter recebido um parecer do editor do relatório publicado pelas Nações Unidas. Molins acrescentou que o caso foi aberto "contra pessoas não identificadas por terem cometido estupro de menores e abusados da autoridade conferida por suas funções".

"A investigação continuará agora sob a autoridade do magistrado, a fim de alcançar a verdade sobre os fatos relatados", disse o promotor, em comunicado.

Enquanto uma investigação inicial teria sido lançada pelo Ministério da Defesa da França, em julho de 2014, depois de ter recebido um relatório interno da ONU que detalhava os incidentes, a história se tornou pública somente após o jornal britânico The Guardian ter publicado a notícia em abril.

O funcionário da ONU que vazou o relatório foi suspenso por "quebra de protocolo". A Organização das Nações Unidas tem sido criticada por tentar encobrir o abuso sexual. Soldados franceses estavam estacionados no aeroporto da capital Bangui, que foi transformado num enorme campo de refugiados devido ao conflito.

Um dia antes do anúncio do promotor francês, o governo da República Centro-Africana afirmou que lançará sua própria investigação sobre as alegações.

"Nós lamentamos o fato de que não fomos incluídos nesta investigação, apesar dos acordos de cooperação que temos com a França", disse o ministro da Justiça do país, Aristide Sokambi, na quarta-feira.

O conflito entre rebeldes muçulmanos e cristãos deixou milhares de mortos e quase 900 mil pessoas deslocadas na República Centro-Africana.

PV/afp/ap/rtr