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Fumantes têm mais dificuldade de achar emprego

11 de abril de 2016

Estudo da Universidade de Stanford aponta discrepância entre quem fuma e quem não fuma na hora de buscar trabalho e na remuneração. Pesquisadores pedem que agências de emprego ajudem fumantes a abandonar o vício.

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mulher fumando cigarro
Foto: picture-alliance/dpa/J. Stratenschulte

Quem fuma pode ter mais dificuldade de ser contratado e ganhar menos que quem não fuma, aponta um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford publicado nesta segunda-feira (11/04) na JAMA Internal Medicine, a publicação quinzenal da Associação Médica Americana.

Para tentar estabelecer a relação de causalidade entre fumar e não conseguir emprego, Judith Prochaska, professora adjunta de Stanford, e sua equipe acompanharam 251 desempregados da região de São Francisco, na Califórnia – sendo cerca de metade deles fumantes. Foram feitas avaliações seis meses e 12 meses após o início do estudo, para verificar como estava a busca por emprego.

"Descobrimos que fumantes têm muito mais dificuldade de encontrar trabalho que os não fumantes", afirma Prochaska. Depois de um ano, 56% dos que não fumam estavam empregados. Entre os fumantes, eram apenas 27%. Além disso, entre os que haviam conseguido trabalho, os dependentes da nicotina ganhavam em média 5 dólares a menos por hora que os não dependentes.

Fumar prejudica espermatozoides e compromete fertilidade

"Os danos do cigarro à saúde foram estabelecidos há décadas, e nosso estudo fornece uma visão sobre os danos financeiros de fumar, tanto em termos de menor sucesso na busca de emprego quanto a salários mais baixos", ressalta Prochaska.

A pesquisadora e sua equipe já haviam verificado num estudo anterior que a probabilidade de desempregados em busca de trabalho na Califórnia serem fumantes era muito maior que a das pessoas empregadas.

No entanto, não se sabia "se fumantes têm mais dificuldade para encontrar trabalho ou mais chance de perder o emprego; ou se quando não fumantes perdem o emprego, eles ficam mais estressados e começam a fumar", pondera a pesquisadora.

Os participantes do novo estudo incluíram brancos, afro-americanos, hispânicos, asiáticos e outras etnias, além de diferentes níveis de escolaridade. Apesar disso, a pesquisa pode ser considerada limitada por ter sido realizada no norte da Califórnia, onde a consciência sobre a saúde é grande, e fumar pode ter um estigma significante. Além disso, os fumantes analisados tendiam a ser mais jovens, com menor nível de escolaridade e em piores condições de saúde.

Os pesquisadores pedem que as agências de emprego usem os dados para conscientizar sobre os custos relacionados ao cigarro, perdas salariais, danos à saúde e menor sucesso na busca de emprego, além de ajudar os fumantes a abandonar o vício.

LPF/afp/ots