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G20 enviará "mensagem forte contra o terrorismo"

15 de novembro de 2015

No início do encontro na Turquia, Erdogan lembra que o terrorismo é uma ameaça mundial que não respeita religiões. Obama afirma que "matança de inocentes com base numa ideologia distorcida é ataque ao mundo civilizado".

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Os presidentes de Estados Unidos e Turquia, Barack Obama e Recep Tayyip Erdogan, na cúpula do G-20
Foto: picture alliance/AA/K. Ozer

Os atentados em Paris e a guerra civil na Síria devem dominar as conversações na cúpula do G20 na Turquia pelos próximos dois dias. Os líderes das principais economias mundiais enviarão uma "mensagem forte" contra o terrorismo, disse neste domingo (15/11) o anfitrião e presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, menos de 48 horas depois de uma série de ataques em Paris.

"Estamos sendo confrontados com atividades terroristas coletivas em todo o mundo, pois o terrorismo não respeita nenhuma religião, nenhuma raça, nenhuma nação e nenhum país", afirmou Erdogan.

Atentados simultâneos em restaurantes, bares, uma casa de espetáculos e no principal estádio da capital francesa, na sexta-feira, deixaram 129 mortos e 352 feridos. A autoria do ataque mais mortífero em território francês desde a Segunda Guerra Mundial foi reivindicada pela organização jihadista "Estado Islâmico" (EI).

"Os céus foram escurecidos pelos ataques terríveis que ocorreram em Paris apenas um dia e meio atrás", disse o presidente americano, Barack Obama, após encontro com Erdogan. "A matança de inocentes com base numa ideologia distorcida [...] é um ataque contra o mundo civilizado", afirmou. Ele prometeu redobrar os esforços para acabar com o EI.

Mesmo antes dos ataques em Paris, Erdogan já havia colocado o terrorismo na pauta a ser discutida na cúpula do G20, que prossegue até segunda-feira. A Turquia presenciou o seu pior atentado na história moderna no mês passado, quando explosões mataram aproximadamente cem pessoas numa manifestação em Ancara.

"Esta não pode ser apenas mais uma cúpula", disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. "Palavras não bastam. Chegou a hora de agir." Líderes e delegações dos países que representam 85% da produção econômica global estão reunidos sob forte esquema de segurança em Antália, cidade turca às margens do Mar Mediterrâneo.

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Terrorismo e crise síria estão na agenda dos líderes das principais economias mundiais, na cúpula do G20 em AntáliaFoto: Getty Images/AFP/S. Loeb

O local da cúpula, planejada com antecedência devido à presidência turca do G20, acabou se revelando o lugar certo para discutir medidas de antiterrorismo – a Turquia compartilha uma fronteira de 900 quilômetros com a Síria, incluindo partes sob controle do "Estado Islâmico", e já recebeu mais de 2 milhões de refugiados. Milhares deles tentam chegar à Europa.

Erdogan provavelmente tentará deixar sua marca na cúpula. No entanto, a Turquia tem recentemente entrado em confronto com países da Europa, os Estados Unidos e o Rússia por causa de suas políticas e posições relacionadas à guerra civil síria.

Ancara provavelmente vai defender novamente a ideia de criar uma zona de segurança na Síria – algo nunca apoiado por Washington, que insiste na remoção do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, como pré-condição para qualquer acordo político.

Obama e Putin quebram gelo entre Moscou e Washington

Porém, a dinâmica do conflito na Síria mudou significativamente desde o início da intervenção militar da Rússia. Obama e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não têm uma reunião formal planejada, mas a Casa Branca comunicou que os dois líderes terão a oportunidade de conversar à margem da cúpula.

Na abertura da cúpula, Obama e Putin apertaram as mãos e conversaram por aproximadamente seis segundos, quebrando o gelo pela primeira vez desde que Moscou começou a lançar ataques aéreos na Síria. As palavras trocadas foram inaudíveis para os jornalistas presentes.

O encontro do G20 em Antália ocorre um dia após a reunião de ministros do Exterior em Viena, onde discutiram uma solução para os conflitos sírios. As conversações resultaram num cronograma para tentar acabar com a guerra civil de cinco anos, buscando alcançar um cessar-fogo e uma transição política, mas muitas questões ficaram sem resposta, particularmente sobre o futuro de Assad e quais grupos rebeldes são considerados moderados e quais são extremistas.

A cúpula do G20 inclui África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e a União Europeia (UE).

PV/dpa/afp/dw