1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Gabinete alemão aprova plano para guerra

Estelina Farias7 de novembro de 2001

Secretário da Defesa dos EUA tenta esclarecer contradições sobre pedido de ajuda à Alemanha e chefe de governo alemão, Gerhard Schröder, dá "irritações" por encerradas.

https://p.dw.com/p/1LQM
Donald Rumsfeld nega contradição entre suas declarações e as de Gerhard SchröderFoto: AP

O gabinete social-democrata e verde da Alemanha aprovou hoje, em Berlim, a mobilização de 3.900 soldados para a ação militar contra o terrorismo internacional. A medida proposta pelo chanceler federal, Gerhard Schröder, a pedido do governo americano, foi tomada no dia em que os bombardeios dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha no Afeganistão completaram um mês. Os soldados deverão ficar à disposição durante um ano. Schröder não mencionou o momento e os lugares da operação com custos avaliados em 500 milhões de marcos (US$ 230,1 milhões). O Departamento de Defesa americano anunciou que a data para início da ação será determinada pela Alemanha. Políticos alemães estimam que seja no fim deste mês.

O secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, negou enquanto isso, em Washington, que haja contradição entre suas declarações e as do chefe de governo alemão. Schröder também disse mais tarde, em Bonn, que Rumsfeld eliminou as irritações que causara. O secretário da Defesa tinha dito que não fez pedido concreto para que 3.900 soldados alemães fossem mobilizados para a luta contra o terrorismo. "Nós pedimos um amplo apoio e cabe à Alemanha determinar exatamente a sua contribuição", disse ele.

Esclarecimentos- Pouco antes, Schröder tinha anunciado cinco pedidos dos EUA. Ante a confusão gerada, dando margem à interpretação de que o governo alemão quisesse dar ajuda não solicitada, Rumsfeld esclareceu o seguinte em nota à imprensa: Os EUA pediram ajuda à Alemanha, a resposta foi positiva, houve negociações sobre a forma de ajuda no Comando Central, na Flórida, responsável pela região do Afeganistão. Washington solicitou então algumas capacidades, sem citar o número de 3.900 soldados. "De forma que não há contradição entre minha declaração e a do chanceler Schröder", concluiu o secretário de Defesa americana.

Contribuição - Eis a contribuição que a Alemanha quer dar à luta antiterror liderada pelos EUA: veículos blindados Fuchs para detecção de armas nucleares, biológicas e químicas e até 800 soldados para atuar na prevenção de ataques com armas dos três gêneros; 250 militares médicos e enfermeiros equipados com uma UTI num avião, entre outros recursos; uma força especial com cem membros para ações rápidas; transporte com 500 homens; e navios com 1.800 marinheiros para proteger embarcações em perigo.

Além da Grã-Bretanha, único aliado que participou até agora dos bombardeios, seis países dão apoio militar aos EUA na guerra contra o regime talibã e a organização Al Qaeda do terrorista Osama bin Laden no Afeganistão: Australia, Japão, França, Canadá, República Tcheca e Turquia. A Itália anunciou hoje o alistamento de 2.700 soldados.

Votação- O chanceler federal alemão apresentará uma declaração de governo amanhã ao Parlamento, dando início ao processo para a necessária aprovação do primeiro alistamento de soldados para ações militares no exterior depois da Segunda Guerra Mundial. A votação deverá ser em meados da próxima semana. A última decisão caberá ao governo, que ainda não apresentou planos concretos para a ação militar, que deverá começar no final de novembro, segundo o porta-voz da União Democrata-Cristã (CDU), Paul Breuer.

O plano militar, que conta com amplo apoio da oposição conservadora democrata-cristã, social-cristã e liberal, é rejeitado pelo partido neocomunista PDS e conta com forte resistência da ala esquerdista do Partido Social Democrático (SPD), presidido por Schröder, e da corrente pacifista do Partido Verde, do ministro do Exterior, Joschka Fischer. Este é um grande defensor da participação alemã na luta contra o terrorismo.