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"Garrafagate": problema para Netanyahu antes das eleições

2 de fevereiro de 2015

Mulher do premiê israelense é acusada de ter embolsado milhares de shekels ao recolher garrafas retornáveis compradas pelo gabinete do marido e devolvê-las no supermercado. Netanyahu reage com indignação.

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Foto: Reuters/A. Cohen

Um inusitado escândalo de desvio de recursos públicos, apelidado pela imprensa de "Garrafagate", ameaça arranhar a imagem do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a menos de dois meses das próximas eleições israelenses, marcadas para 17 de março.

A mulher de Netanyahu, Sara, é acusada de ter embolsado dinheiro obtido com a devolução de garrafas retornáveis em supermercados. As bebidas foram compradas pelo gabinete do premiê, afirma a imprensa, mas os vasilhames foram devolvidos pela esposa, que ficou com o dinheiro.

Numa longa mensagem divulgada no Facebook, na sexta-feira passada (30/01), Netanyahu reagiu com indignação. Ele afirmou que as acusações são falsas e têm o objetivo de derrubar o seu partido, o Likud, e assim levar a esquerda ao poder.

"Tudo isso é só para desviar a atenção do que é realmente importante: quem vai conduzir o país", afirmou.

No início da semana passada, denúncias na imprensa afirmaram que Sara Netanyahu recolheu uma enorme quantidade de garrafas retornáveis durante o segundo mandato do seu marido (entre 2009 e 2013), devolvendo-as em supermercados e ficando com o dinheiro.

Ao longo de anos, a prática teria resultado em ao menos 4 mil shekels (cerca de 2.700 reais). Segundo o jornal Haaretz, o casal devolveu esse valor aos cofres públicos em 2013. Um antigo empregado do casal afirmou, porém, que o valor embolsado era muito maior.

O caso está nas mãos do procurador-geral de Israel, Yehuda Weinstein, que avalia se vai abrir inquérito para apurar as denúncias.

O pequeno escândalo pode tornar ainda mais complicada a reeleição de Netanyahu. Em pesquisa da semana passada do Canal 2 de televisão, seu partido, o Likud, aparece atrás da aliança de centro-esquerda do líder da oposição, Isaac Herzog, e da ex-ministra da Justiça Tzipi Livni.

Além disso, segundo sondagem do jornal Jerusalem Post, 52% dos israelenses dizem não querer que o atual primeiro-ministro continue no poder por mais um mandato.

AS/afp/rtr