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Gauck afirma que Europa tem "dever moral" com migrantes

20 de junho de 2015

Em cerimônia que lembrou vítimas alemãs de exílio e deslocamento apüos Segunda Guerra, presidente da Alemanha pede mais compaixão com refugiados e afirma que a UE tem obrigação proporcionar a eles refúgio seguro.

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Foto: picture-alliance/dpa/R. Jensen

O presidente da Alemanha, Joachim Gauck, pediu aos alemães neste sábado (20/06) mais compaixão com os refugiados, tendo em vista a própria experiência alemã de migração forçada após a Segunda Guerra. O pedido foi feito em Berlim durante a cerimônia que lembrou o Dia Nacional das Vítimas de Exílio e Deslocamento.

"Há 70 anos, uma Alemanha pobre e destruída conseguiu integrar milhões de refugiados. Por que uma Alemanha economicamente bem sucedida e politicamente estável não é capaz de reconhecer nos desafios atuais as chances de amanhã?", questionou Gauck e agradeceu aos países vizinhos pelos gestos de soberania e confiança na Alemanha nas décadas seguintes à guerra.

O presidente ressaltou que entre 12 milhões e 14 milhões de alemães que viviam em diversas regiões europeias perderam seus lares no final da guerra, o que causou a um aumento de 20% na população nas Alemanhas Ocidental e Oriental. Ele lembrou que, apesar da situação dramática na época, essa integração foi realizada com sucesso.

Gauck também direcionou seu discurso à União Europeia (UE) e pediu aos países que contribuam mais para lidar com a crescente onda de refugiados que chega na Europa. Com relação ao enorme número de migrantes que morreram recentemente na travessia do Mar Mediterrâneo, o presidente afirmou ser um "dever moral" salvar as pessoas do afogamento.

"Nós vamos perder nossa autoestima, se deixarmos sozinhas pessoas à deriva no mar nas portas do nosso continente", disse, acrescentando que todos os países europeus têm a obrigação de providenciar um refúgio seguro para essas pessoas.

"Não negociável"

O presidente afirmou ainda que essa obrigação "não é negociável" e dura até que os migrantes possam retornar para suas casas sem perigo ou encontrem um lugar seguro para viver, seja na Alemanha ou em qualquer outro país.

No ano passado, o governo alemão declarou 20 junho como o Dia Nacional das Vítimas de Exílio e Deslocamento, para lembrar os milhões de alemães que foram expulsos de suas casas em diversos países do leste europeu, após o fim da Segunda Guerra Mundial e procuraram abrigo na Alemanha e Áustria. A data foi escolhida por coincidir com o Dia Mundial do Refugiado, estipulado pelas Nações Unidas.

CN/dpa/edp/afp