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Governo alemão é contra expansão da guerra ao Iraque

Roselaine Wandscheer29 de novembro de 2001

Os eventuais planos dos EUA de a aliança antiterror estender a guerra até o Iraque foram rejeitados pela Alemanha. O chanceler federal, Gerhard Schröder, advertiu contra "buscar novos alvos na luta contra o terrorismo".

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Fischer, vice-chanceler alemão, acha irresponsável atacar novos alvosFoto: AP

Os sinais do presidente norte-americano foram claros: "A guerra contra o Afeganistão é apenas o começo da luta antiterror", disse George Bush, quando iniciaram os bombardeios norte-americanos e britânicos ao país asiático, em outubro.

A advertência foi estendida ao presidente do Iraque, através do apelo para que Bagdá deixasse entrar no país os inspetores das Nações Unidas. A resposta de Bush a um jornalista, sobre como pressionaria Saddam Hussein, foi o indício de suas intenções: "Ele há de descobrir!"

Estes planos foram rejeitados categoricamente por Gerhard Schröder, do Partido Social Democrático (SPD). O chefe do governo alemão exigiu cautela na discussão sobre novos alvos no Oriente Médio, pois isso poderia complicar a situação da coalizão de governo em Berlim. Por ocasião da votação no Parlamento sobre o envio de 3900 soldados alemães, Schröder acoplou o "sim" dos parlamentares a um voto de confiança ao governo.

Somente assim o chefe de governo garantiu a aprovação nas próprias raias, já que, em princípio, o Partido Verde, parceiro na coalizão, era contra o envio da Bundeswehr ao Afeganistão.

Também o ministro das Relações Exteriores e vice-chanceler, o verde Joschka Fischer, acha "irresponsável" procurar novos alvos na luta antiterror e destacou que o ponto de vista dos europeus sobre a questão do Iraque é diferente do dos Estados Unidos.

Ameaça à aliança antiterror

Embora tenha ressaltado a lealdade da Alemanha aos Estados Unidos na aliança contra o terror, Fischer acrescentou que os europeus vêem com muito ceticismo a expansão da guerra ao Iraque.

Gernot Erler, vice-presidente da bancada do SPD no Bundestag – parlamento alemão -, advertiu para a falta de pistas que liguem os atentados de 11 de setembro ao Iraque. "Um ataque ao governo de Bagdá seria o fim da grande aliança contra o terror", acredita o deputado social-democrata, perito em relações exteriores.

Os países árabes e islâmicos não participariam de uma agressão ao Iraque e, ao mesmo tempo, perder-se-ia a chance de encerrar definitivamente a Guerra Fria, através de um novo papel para a Rússia, ao lado dos Estados Unidos, analisa Erler.