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Governo alemão reduz expectativa de crescimento

Neusa Soliz30 de janeiro de 2002

Berlim conta com uma taxa de crescimento de 0,75% este ano, corrigindo a previsão oficial de 1,25%, que manteve por meses, apesar de indícios contrários.

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Chanceler federal Gerhard Schröder (dir.) em reunião do gabineteFoto: AP

O governo alemão corrigiu oficialmente sua expectativa de crescimento econômico para 2002. Em vez de 1,25% como previsto inicialmente, conta agora com uma taxa de crescimento de 0,75%, segundo o relatório econômico anual, aprovado nesta quarta-feira pelo gabinete.

Ao que tudo indica, a Alemanha está longe de voltar aos 3% de crescimento do PIB, obtidos em 2000. Após 0,6% em 2001, este será o segundo ano consecutivo de pequenas taxas.

Ministro em apuros

- Segundo ressaltou o ministro das Finanças, Hans Eichel, a previsão teve que ser corrigida devido à situação de crise no fim do ano passado, que influenciou negativamente as perspectivas para este ano.

No entanto, Eichel mostrou-se confiante no reaquecimento da conjuntura na Alemanha, fazendo verdadeiros malabarismos de retórica. A taxa prevista de 0,75% seria apenas "um valor médio anual, que não expressa a reativação do crescimento". Muito vai depender da recuperação econômica nos Estados Unidos e na zona do euro. Neste contexto, já teriam surgido os primeiros sinais de melhora da confiança de investidores e consumidores.

Um desses sinais pode ter sido a alta do "índice do clima de negócios" calculado pelo Instituto Ifo, de Munique, com base em informações obtidas junto a 7 mil empresas. Ele subiu, em janeiro, de 85,8 para 86,3 pontos, superando as expectativas dos analistas.

Inflação e desemprego

- Quanto à inflação, o governo alemão conta com um "cenário tranqüilo". Após uma taxa anual de 2,5% em 2001, espera-se que a inflação caia para 1,5%. O número de desempregados deverá ficar "em pouco menos de 4 milhões" na média anual. A situação do mercado de trabalho deverá melhorar no transcurso do ano.

Mais de 4 milhões sem emprego

Para alguns analistas o desemprego deve ter superado a marca dos 4 milhões em janeiro. Segundo Wolfgang Meister, do Instituto Ifo de Munique, o número de desempregados na Alemanha pode beirar 4,3 milhões em janeiro.

As causas seriam o desaquecimento da conjuntura e o habitual aumento sazonal do desemprego no início ano, por causa do inverno. A estimativa é confirmada pelo jornal Die Welt, que cita 4,28 milhões de pessoas sem trabalho. Este número corresponderia a cálculos internos do Departamento Federal de Estatísticas, que ainda não divulgou os dados de janeiro.

Política econômica e déficit

- O ministro Hans Eichel considera correta a política econômica do governo social-democrata e verde. Ela teria melhorado as condições para fortalecer o crescimento econômico e procurado sanear as finanças do Estado. As reformas serão aprofundadas "de forma conseqüente". Eichel tornou a rechaçar qualquer intervenção imediatista nos mercados, a fim de incentivar a recuperação da conjuntura.

O relatório também descartou a contração de novas dividas, sem entrar na questão do déficit orçamentário, calculado por Berlim em 2,5% do PIB e por Bruxelas em 2,7%. A Comissão Européia recomendou, nesta quarta-feira, que a Alemanha e Portugal sejam advertidos por causa do déficit orçamentário, tendo em vista o limite de 3% do PIB, fixado pelo Pacto de Estabilidade.