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Governo da Áustria deve continuar o mesmo

mw25 de novembro de 2002

Líder direitista do derrotado Partido da Liberdade renuncia e abre caminho para repetição da coalizão com o fortalecido Partido Popular, do chanceler conservador Schüssel.

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Ao votar no domingo, Haider ainda sorriaFoto: AP

O polêmico líder direitista Jörg Haider parece ter entendido o recado das urnas. Menos de 24 horas depois, o governador da Caríntia anunciou sua renúncia ao cargo, diante da derrota esmagadora do Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ) também em seu Estado. "Quando depois de tantos anos de trabalho se recebe uma conta desta, sabe-se que decisão se tem de tomar", justificou Haider, que pretende afastar-se da política.

No pleito de domingo, o FPÖ viu sua votação minguar de 27% em 1999 para 10%, caindo para terceira força política, enquanto o Partido Popular da Áustria (FPÖ) elegeu, pela primeira vez desde 1966, a maior bancada (42%), desbancando o Partido Social Democrático (SPÖ), embora este tenha recebido mais votos do que na eleição anterior.

Se logo após o resultado apontava-se para uma reedição da antiga coalizão entre conservadores e social-democratas (1986-2000), agora porém em situações inversas, a renúncia de Haider fez crescer as chances de o FPÖ continuar no governo, dando ao chanceler Wolfgang Schüssel a maioria no parlamento em Viena.

Em busca da estabilidade

– Na noite da eleição, o líder conservador declarara que seu novo governo teria de ter um parceiro estável. O recado era claro. Diante do histórico de brigas entre Haider e os ministros do FPÖ, sempre vencidas pelo polêmico líder, Schüssel ameaçava uma reaproximação com o SPÖ. A derrota escorraçante dos direitistas mudou o cenário. Contrário à continuidade da aliança com os conservadores, o radical Haider assumiu a responsabilidade do fracasso e promete se afastar, enquanto a direção do partido recusou o pedido de renúncia de seu presidente, Herbert Haupt, favorável à manutenção do governo ÖVP-FPÖ. Um claro sinal de que a legenda está à disposição de Schüssel.

Governar tendo uma direita enfraquecida como aliada será certamente mais conveniente a Schüssel. Por um lado, o FPÖ está desta vez em situação minoritária, de derrotado, sem poder fazer grandes exigências e interferir tanto na linha do chanceler conservador. Por outro, aliar-se aos social-democratas seria dividir o poder com políticos experientes.

Porém, esta opção parece mesmo descartada, apesar de ser a preferida do empresariado, por garantir maior estabilidade política ao país. O Partido Social Democrático confirmou em sua presidência, nesta segunda-feira, Alfred Gusenbauer, que anunciou a permanência de sua bancada na oposição, mesmo caminho tomado pelos Verdes, que tiveram poucos votos a menos que o Partido da Liberdade.