1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Governo e sindicalistas trocam acusações após saques na Argentina

22 de dezembro de 2012

Ataques a lojas e supermercados aconteceram em várias cidades do país. Pelo menos duas pessoas morreram nos confrontos com a polícia. Só em Buenos Aires, quase 400 pessoas foram presas.

https://p.dw.com/p/1784e
Members of Quebracho organization burn tires whie blocking 9 de Julio avenue on December 20, 2012 in Buenos Aires, during a demonstration on the 11th anniversary of the clashes that took place under the administration of former President Fernando de la Rua. The clashes took place on December 20, 2001, in the height of the Argentine economic crisis that caused the nation to default on their foreign debt. AFP PHOTO / JUAN MABROMATA (Photo credit should read JUAN MABROMATA/AFP/Getty Images)
Foto: Juan Mabromata/AFP/Getty Images

Representantes do governo argentino acusam sindicalistas, que fazem oposição à gestão da presidente Cristina Kirchner, de terem incitado a onda de saques que atingiu várias cidades do país na quinta e sexta-feira (20 e 21/12). Duas pessoas foram mortas nos ataques.

O chefe de gabinete da presidente, Juan Manuel Abal Medina, e o secretário de Segurança, Sergio Berni, apontam o líder sindical Hugo Moyano como principal articulador dos saques. "Não sejam ingênuos, há setores interessados em que isso ocorresse", afirmou Medina.

Os sindicalistas, no entanto, afirmam que a Casa Rosada teria "orquestrado" os episódios com o objetivo de se tornar uma "vítima". Na semana passada, eles realizaram assembleias a fim de reivindicar aumentos salariais e menos impostos, diante de uma inflação que já atinge dois dígitos.

Até pouco tempo, Moyano era um aliado do governo Kirchner. Ele é presidente do influente sindicato de motoristas de caminhões e encabeça a poderosa central sindical Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT). No dia 20 de novembro ele liderou a primeira greve nacional contra o kirchnerismo e na quarta-feira passada encabeçou um protesto na Plaza de Mayo, em Buenos Aires.

Cristina Kirchner foi reeleita há um ano e desde então seus índices de popularidade vêm despencando. Entre as causas estão uma preocupante desaceleração do crescimento do país e a fúria da classe média diante do controle cambial e do estilo combativo da presidente.

Argentinien San Fernando Ausschreitungen Plünderung
Argentinos saquearam lojas e supermercadosFoto: Juan Mabromata/AFP/Getty Images

Ataques violentos

A polícia argentina precisou usar gás lacrimogêneo e balas de borracha para tentar controlar dezenas de jovens que atiravam pedras enquanto saqueavam um supermercado da rede Carrefour perto da capital, Buenos Aires. O ataque aconteceu na sexta-feira, um dia após uma onda de saques a lojas e supermercados que começou na cidade de Bariloche e passou por diversas províncias do país.

Segundo o jornal argentino Clarín, 378 pessoas envolvidas nos tumultos foram presas só na capital. Três mil policiais foram chamados para reforçar a segurança. "Quando você vê que estão levando televisão de tela plana, você percebe que não estão famintos", afirmou o governador de Buenos Aires, Daniel Scioli.

Na província de Santa Fé, os confrontos entre policiais e manifestantes deixaram pelo menos dois mortos: uma mulher de 40 anos, morta após ser ferida pela vidraça de um supermercado saqueado, e um jovem de 22 anos, atingido por um tiro no peito enquanto uma multidão invadia as lojas – a maioria delas de imigrantes chineses.

MSB/rtr/afp/dpa
Revisão: Carlos Albuquerque