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Governo tenta ocultar ação alemã no Afeganistão

(ef)5 de março de 2002

Ministro da Defesa defende sua política de informação em nome da segurança das famílias dos soldados alemães e do sucesso das operações dos EUA e aliados contra a Al Qaeda e talibãs.

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Soldados alemães de elite treinam para ação no AfeganistãoFoto: AP

O ministro da Defesa da Alemanha, Rudolf Scharping, voltou a ser o alvo principal de críticas da oposição por causa da sua política de informação sobre a participação de soldados alemães na ofensiva dos Estados Unidos e aliados contra talibãs e mercenários da Al Qaeda, no leste do Afeganistão. Scharping argumentou nesta terça-feira, em Berlim, que desde o início e com a exceção do neocomunista PDS, todos os partidos no Parlamento concordaram em não divulgar detalhes, a fim de proteger as famílias dos militares e garantir o sucesso das operações.

Enquanto isso, a coalizão antiterror levou mais soldados afegãos ao front para reforçar sua ofensiva na luta antiterror, no leste do Afeganistão. Bombas americanas atacaram novos alvos na província de Paktia. Três jornalistas estrangeiros foram feridos por granadas perto da cidade de Gardez. Os combates da Al Qaeda e talibãs, entrincheirados na região, receberam mais armas do Paquistão, segundo o governador de Paktia, Tadsch Mohammed Wardak.

Jogo de esconde-esconde –

Na Alemanha, a oposição democrata-cristã (CDU) e liberal (FDP) acusou o ministro social-democrata de não informar o Parlamento o suficiente. Na segunda-feira (05), ele disse que os soldados alemães teriam apenas transportado feridos para os hospitais, mas em seguida admitiu a participação direta das forças especiais alemãs na ofensiva dos EUA e seis aliados, no leste do Afeganistão.

O Ministério da Defesa esclareceu, nesta terça-feira, em Berlim, que os soldados alemães estão participando de duas ações totalmente separadas: de um lado a operação "Liberdade Duradoura" na luta da coalizão internacional contra o terrorismo e, de outro lado, como parte da força internacional de paz, em Cabul e adjacências (ISAF). Ambas ações estão legitimadas por dois mandatos independentes do Parlamento. O comandante dos 600 soldados alemães que integram a ISAF, general Carl Hubert von Butler, garantiu que o contingente não corre grandes perigos no país.

Retirada

- Após a morte de nove soldados americanos no Afeganistão, na segunda-feira, aumenta na Alemanha a preocupação com a segurança dos alemães e, em conseqüência, os temores de uma possível retirada do contingente da Bundeswehr na luta contra o terrorismo. O ex-comandante da tropa internacional de paz na Bósnia (SFOR), Klaus Reinhardt, advertiu contra tal eventualidade. "A solidariedade na luta antiterror não deve ser questionada depois que a tropa alemã sofrer suas primeiras baixas", preveniu o militar.