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Governo Trump sugere guinada na política para Israel

15 de fevereiro de 2017

No dia da visita de Netanyahu, Casa Branca indica que não deve apoiar mais solução de dois Estados como base para negociações de paz com palestinos, fundamento da política americana nas últimas décadas.

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Trabalhadores palestinos na Cisjordânia aguardam em checkpoint israelense para entrar em Jerusalém
Trabalhadores palestinos na Cisjordânia aguardam em checkpoint israelense para entrar em Jerusalém Foto: Reuters

O governo Donald Trump sugeriu nesta terça-feira (15/02) que a paz entre israelenses e palestinos pode não passar pela solução de dois Estados. A posição, se confirmada, marcaria uma guinada na política defendida pelos Estados Unidos nos últimos 20 anos.

A declaração foi dada por uma autoridade do governo Trump a jornalistas momentos antes do início da visita oficial do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, à Casa Branca. Será o primeiro encontro entre os dois líderes.

"Uma solução de dois Estados que não traga a paz não é um objetivo que queremos atingir", disse a autoridade, que pediu para não ser identificada. "A paz é o objetivo, seja através com uma solução de dois Estados ou outra forma qualquer que as duas partes desejem."

Durante décadas, a posição americana foi de que israelenses e palestinos deveriam negociar diretamente a formação um Estado palestino independente. Foi essa a premissa para a paz de todas as negociações internacionais sérias sobre o tema.

O Departamento de Estado demonstrou surpresa com as declarações e disse não ter informação sobre guinadas na política americana para o Oriente Médio. Mas a visita de Netanyahu pode, de fato, ser o início de uma nova era nas relações bilaterais, arranhadas na era Obama.

Ao longo da campanha eleitoral, Trump sempre se mostrou pró-Israel. Ele prometeu, por exemplo, transferir a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém; endossou David Friedman, um defensor dos assentamentos judaicos, como seu enviado a Israel; e chegou a dizer que não pressionaria por negociações com os palestinos.

Desde a posse, porém, suas posições oscilaram. A transferência da embaixada está, aparentemente, suspensa. Duramente criticada, por seu potencial de distúrbios em todo o Oriente Médio, a ideia foi censurada até pelo rei Abdullah da Jordânia, durante uma visita surpresa.

Segundo fontes do governo israelense, o objetivo da visita de Netanyahu será trabalhar com Trump para alinhar a postura de Israel à americana em relação ao Oriente Médio, para que não haja "nenhuma brecha".

RC/afp/dpa