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Grécia assume o leme

Panayotis Kouparanis / lk1 de janeiro de 2003

A consolidação do ingresso de dez novos países à comunidade de 15 será a principal tarefa da Grécia, que assume da Dinamarca, em janeiro, a presidência rotativa da União Européia.

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Logotipo da presidência rotativa da UE a cargo da Grécia

A Grécia, que vai exercer a presidência rotativa do Conselho da União Européia de janeiro a junho de 2003, conta com seis meses difíceis. A situação crítica da economia e a incerteza sobre a situação no Iraque são fatores que podem agravar a atuação de seu país, avalia Tassos Gianitsis, vice-ministro das Relações Exteriores.

Reflexos da euforia com a ampliação

Atenas vai tentar aproveitar o impulso dado à comunidade pela Dinamarca, durante sua bem-sucedida gestão à frente do Conselho no segundo semestre de 2002, e consolidar o ingresso dos dez países que foram convidados, durante a conferência de cúpula de Copenhague em dezembro, a integrar a União Européia a partir de 2004. Os acordos correspondentes deverão estar prontos para serem assinados a 16 de abril em Atenas. Até lá, questões ainda pendentes precisarão ser esclarecidas.

A mais difícil refere-se ao Chipre. Os chefes de Estado e de governo reunidos em Copenhague decidiram admitir inicialmente apenas o sul grego da ilha, dividida desde 1974, quando tropas da Turquia invadiram o norte, onde continuam estacionados cerca de 40 mil soldados e estabelecidos mais de 100 mil cidadãos turcos.

A Grécia não pretende tomar nenhuma iniciativa quanto a esta questão, por considerá-la de alçada das Nações Unidas. "O problema do Chipre não é bilateral, nem pode ser resolvido por meio da intervenção de outras instituições", opina Gianitsis.

Pensando mais longe

Os planos de Atenas não se restringem, porém, aos dez países cujo ingresso já foi decidido: o governo grego pensa também em intensificar desde já as relações com a Romênia e a Bulgária, cujo ingresso na comunidade está previsto para 2007.

Uma atenção especial é dedicada à Turquia, que tem na Grécia uma grande defensora de seu desejo de ser integrada à UE. "Estamos interessados numa cooperação mais estreita e queremos que a Turquia siga o caminho da Europa, que as estruturas políticas, econômicas e sociais daquele país se aproximem do modelo europeu", confirma o vice-ministro grego.

Uma das preocupações do governo de Atenas é colocar no centro das atenções, na conferência de cúpula agendada para março, o chamado "modelo social Europa", numa tentativa de conscientizar a população de que a União Européia não se resume a subsídios agrícolas e critérios de estabilidade.

Os planos são ambiciosos e sua concretização vai depender do desenrolar dos acontecimentos no Iraque. Principalmente considerando que até agora não foi possível se chegar a um consenso dentro da comunidade de 15 quanto a um ataque militar dos Estados Unidos. Gianitsis é reticente neste ponto: "Vamos ver se existe um posicionamento conjunto da União. Vamos ver de que forma chegar a um tal posicionamento. Vamos ver qual a função política que a Europa poderá ter — mesmo após o fim de uma guerra como essa."