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Greenpeace alemão completa 25 anos

(av)13 de outubro de 2005

De projeto idealista a força internacional, o Greenpeace da Alemanha impôs-se na cena dos ambientalistas. Organização prepara-se para enfrentar crimes à ecologia em escala global, do Brasil à Índia.

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Greenpeace protesta em Berlim contra o milho transgênicoFoto: AP

Em 13 de outubro de 1980, um pequeno grupo de ambientalistas protestava contra a descarga de lixo industrial no Mar do Norte. Como recurso definitivo, os manifestantes se atiraram na água, diante do navio que despejava o subproduto industrial tóxico, forçando a embarcação a retornar. Dez anos mais tarde, esse procedimento antiecológico seria proibido.

Vitórias de um Davi contra os Golias

Greenpeace
Protesto contra testes nucleares da França no Atol de Mururoa, em 1995Foto: AP

Na época, quase ninguém na Alemanha ouvira falar do Greenpeace. A proteção ao meio ambiente em si era assunto bem pouco popular. Uma situação que mudaria rapidamente, com a fundação da seção alemã da organização, no final de 1981: a partir de então, quem atentasse contra a ecologia era denunciado e obrigado – dentro do possível – a compensar os danos.

Seguiram-se operações contra a caça de baleias, o despejo ilegal de águas usadas nos rios e contra as usinas termonucleares. Foram anos plenos de heroísmo e, segundo seus seguidores, de uma força quase mística. Anos de imagens com forte poder simbólico.

Como a luta de um punhado de manifestantes do Greenpeace, a bordo do minúsculo Solo, contra os quatro rebocadores e três barcos de segurança da multinacional Shell, em junho de 1995. Sua missão autoimposta: impedir o afundamento da gigantesca plataforma de prospecção de petróleo Brent Spar no Atlântico Norte. O resultado: uma onda de indignação, com o apoio de 75% dos alemães ao boicote aos postos de gasolina da Shell.

Do boicote ao humor macabro

Greenpeace Demonstration vor Patentamt München
Protesto do Greenpeace diante do Departamento Europeu de Patentes, 2004Foto: AP

Criatividade e um certo humor macabro tornaram-se duas das marcas registradas das manifestações do Greenpeace. Como as espigas humanizadas diante do Reichstag (contra o milho transgênico), ou os bebês presos em blocos de gelo, nos protestos de abril de 2004, contra o patenteamento de genes humanos, diante do Departamento Europeu de Patentes, em Munique.

Recentemente, os ativistas do ambientalismo ampliaram o escopo de suas atividades, englobando também o aconselhamento dos consumidores. Eles propuseram também uma geladeira ecológica, cuja tecnologia conseguiu se impor em grande escala. Sua suborganização Greenpeace Einkaufsnetz alerta sobre a presença de pesticidas em frutas e verduras e observa atentamente o avanço dos alimentos transgênicos.

Engajamento ambiental em expansão

De missão em missão, o Greenpeace alemão tornou-se uma das maiores organizações ambientalistas do mundo, que agora completa 25 anos.

A julgar por seus próprios dados, a idade fez muito bem à organização ambiental. Um de seus diretores-executivos, Roland Hipp, avalia: "Nos últimos 25 anos, as pessoas começaram a refletir sobre a proteção do meio ambiente. Esta é uma grande vitória do Greenpeace".

Em 2004, o número de filiados cresceu em 20 mil, alcançando quase 550 mil. Suas arrecadações foram de 41,5 milhões de euros, contra 38,6 milhões no ano anterior.

Ambientalismo globalizado

A meta dos ambientalistas alemães é tornarem-se ainda mais internacionais. "A globalização também se dá na defesa do meio ambiente", afirma Hipp. Suas operações visam sobretudo o Brasil, a China e a Índia, onde é, por exemplo, importante empregar técnicas que economizem energia, a fim de reduzir as emissões do dióxido de carbono (CO2), causador do efeito estufa.

Porém, a presença do Greenpeace na Alemanha também continuará forte, neste ano de jubileu, enfatiza Hipp. Atualmente a instituição desenvolve uma campanha contra a central elétrica que a empresa RWE pretende abrir em Neurath, no Estado da Renânia do Norte-Vestfália. O funcionamento da usina movida a carvão mineral acarretará a emissão anual de 14 milhões de toneladas adicionais de dióxido de carbono na atmosfera.