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Hackers contra a direita?

Konstantin Klein (am)24 de setembro de 2004

Os partidos de extrema direita celebraram êxitos eleitorais nos Estados alemães da Saxônia e de Brandemburgo. Também na blogoesfera alemã, o assunto teve grande destaque.

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Encontro de hackers alemães

Ao lado da sua posição profissional, os jornalistas também têm uma opinião pessoal e é o que manifestam na internet. No seu weblog "Megawatt", o redator Gero von Randow, do semanário Die Zeit, pergunta: "O que está acontecendo com os hackers alemães? O website do NPD e outras sujeiras semelhantes podem ser acessadas sem problemas." E o jornalista autônomo Manfred Heinze respondeu no seu weblog "Industrial Technology and Witchcraft": "Ontem à noite, pensei a mesma coisa, com uma raiva pavorosa e impotente: os mais diversos sites sofrem ataques, por que não os deles?"

O que o conceituado von Randow e o bruxo industrial querem dizer, de forma provocadora, é o seguinte: chegou finalmente a hora de os hackers assumirem responsabilidade em defesa da democracia e contra os websites malquistos, não-democráticos, xenófobos, racistas e que dão má impressão no exterior. Fazendo o quê? Expulsando-os da rede a pauladas? Editando seus conteúdos no sentido do apoio à democracia? Enfeitando-os com florzinhas?

Ataque sem efeito

Para prevenir mal-entendidos: também o autor deste texto sentiu-se mal na noite das eleições, quando soube do percentual de votos da DVU e do NPD nas apurações parciais. E o riso provocado pela apresentação diletante e fantasmagórica do candidato principal do NPD ficou engasgado não apenas na garganta do autor deste artigo.

Apesar disso, eventuais ataques de hackers contra neonazistas deverão obter apenas um êxito parcial – se tanto: à parte do fato de que a interpretação da palavra "hacker" como uma pessoa que muda o conteúdo de websites ou que provoca panes em servidores ser um grande mal-entendido (para isso, Tim Pritlove chama a atenção no seu weblog "Künstlerisch-wissenschaftliche Konfusion"), a verdade é que os hackers – em especial os do tipo "mau" – não aceitam uma determinação de objetivos por parte de terceiros. Além disso, os ataques de hackers são proibidos por lei – o que ainda se está esperando para os partidos em questão.

Êxito eleitoral pela internet?

Resta finalmente a pergunta, se o êxito eleitoral dos partidos de extrema direita ocorreu através da internet. O número dos eleitores potenciais da direita na Saxônia e em Brandemburgo que acessa a internet para formar a sua opinião política deve ser mínimo. Por mais desagradável que seja o resultado das eleições, os extremistas de direita teriam logrado êxito também sem os seus websites.

Uma visão geral do Klein-Bloggersdorf (é como se chama a blogoesfera alemã) nos mostra sobretudo uma coisa: também os temas complicados podem ser discutidos de todas as formas, estilos e colorações políticas possíveis, sem que se esqueça o verdadeiro propósito. É citada a Lei Fundamental alemã (Artigo 5, sobre a liberdade de opinião) e comparada com a Constituição americana (First Amendment, também sobre a liberdade de opinião), todas as emoções são reprimidas em prol da objetividade dos debates, aos jornalistas da tevê e outros faz-se a recomendação de que se preparem anteriormente para as entrevistas (é sempre uma boa idéia!), antes do fracasso. Das entrevistas, não dos jornalistas. E o visitante da comunidade blogueira alemã pode alegrar-se ao constatar que, ao lado de muito lixo, também é possível encontrar na rede debates tocantes, envolvedores e engajados.