1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Haider provoca dissolução do Parlamento austríaco

(ef)9 de setembro de 2002

Partido de extrema-direita de Jörg Haider, que isolou a Áustria na UE com sua participação no governo, em 2000, provocou o fim do gabinete e convocação de eleição antecipada do Parlamento.

https://p.dw.com/p/2d6b
Líder xenófobo Jörg Haider demole coalizão de direita por causa de impostosFoto: AP

O chanceler federal austríaco, Wolfgang Schüssel, anunciou o fim antecipado do governo de coalizão do seu Partido Popular Austríaco (ÖVP) com o Partido da Liberdade (FPÖ), radical de direita, do líder xenófobo Jörg Haider. O chefe de governo resolveu pedir a autodissolução do Parlamento, em conseqüência da renúncia de vários ministros do parceiro de coalizão, provocada por uma luta interna no partido, da qual Haider saiu vitorioso.

Haider havia se retirado da política nacional em função das críticas maciças que sofrera dentro e fora do país por causa de atitudes polêmicas. A última foi uma visita ao presidente do Iraque, Saddam Hussei, ameaçado de ser derrubado por um ataque militar dos Estados Unidos. .

Para que a eleição parlamentar seja convocada, provavelmente para 24 de novembro, o Parlamento terá que aprovar a sua própria dissolução. A votação será em 19 ou 20 deste mês e, contente com o desfecho da crise que rachou a coalizão de centro-direita, a oposição de centro-esquerda já acenou com sua aprovação. Haider deixou em aberto, nesta segunda-feira (9), se será ou não o candidato do seu partido a chanceler federal (primeiro-ministro). O chefe de governo Schüssel não excluiu uma nova coalizão com o partido radical de direita depois da eleição antecipada.

Por causa das críticas internacionais maciças, Haider havia renunciado à presidência do FPÖ, mas nunca deixou de influenciar o partido atrás dos bastidores. Seu único posto oficial no momento é de governador da Caríntia. Por causa da presença do partido de Haider no governo, os outros 14 parceiros da Áustria na União Européia suspenderam sua cooperação bilateral com o país alpino em fevereiro de 2002. O boicote foi suspenso depois que uma comissão internacional observou a política dos direitos humanos da Áustria durante meses e apresentou um relatório ao quartel-general da UE em Bruxelas.

Foi a forte influência de Haider no FPÖ que acabou com a coalizão de centro-direita chefiada por Schüssel. Exatamente como aconteceu na Alemanha governada por um gabinete de centro-esquerda, o de direita da Áustria revolveu adiar por um ano a reforma fiscal planejada para gerar um alívio aos contribuintes. Haider e seus seguidores insistiram em manter o plano original e, numa convenção partidária no sábado passado, votaram pela manutenção da data prevista.

A decisão dos delegados representou, indiretamente, um voto de desconfiança contra a cúpula do FPÖ. Em conseqüência, a vice-primeira-ministra, Susanne Riess-Passer, e mais três ministros do partido se viram obrigados a renunciar. Eles deverão contudo, permanecer no gabinete até a eleição de outro governo pelos partidos que vencerem a eleição para o novo Parlamento. A campanha eleitoral já começou.

O presidente do Partido Social-Democrata (SPÖ), de oposição, Alfred Gusen, anunciou que se for eleito primeiro-ministro, vai anular a compra de 18 aviões de caça do tipo Eurofighter. Os dois bilhões de euros previstos para a aquisição das aeronaves deverão ser destinados para reativar a economia e socorrer as vítimas das enchentes.