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Lifestyle

Hugo Boss: empresa com muita história no mundo da moda

Marcela Mourão8 de agosto de 2006

Sinônimo de elegância e luxo, a Hugo Boss é um produto "made in Germany" altamente respeitado no mundo da moda. Fundada em Metzingen, em 1923, carrega no entanto um passado de envolvimento nazista.

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Fábrica da Hugo Boss em MetzingenFoto: picture-alliance / Textilwirtschaft

Hugo Ferdinand Boss, nascido em 8 de julho de 1885, fundou em 1923 a empresa familiar para confecção de roupas Hugo Boss, na cidade alemã de Metzingen, após o fim da Primeira Guerra Mundial. Enquanto o país enfrentava uma difícil crise econômica, a empresa crescia.

Após sua morte, em 1948, a companhia entrou em um período de obscuridade até que, em 1953, lançou seu primeiro terno masculino. No entanto, a atual empresa pouco tem a ver com a que começou.

Em 1985, a companhia entrava na bolsa alemã. Hoje, a maioria de suas ações pertence ao conglomerado de moda italiano Marzotto Group. Tendo começado como um negócio familiar, nenhum membro da família Boss tem alguma participação nos negócios de hoje.

Hugo Boss Logo
O lucro líquido da empresa subiu para 54 milhões de euros no primeiro semestre de 2006

O lucro líquido da empresa subiu para 54 milhões de euros no primeiro semestre de 2006, 19% a mais que no mesmo período de 2005. Segundo a companhia, o faturamento melhorou 14% de janeiro a junho em comparação aos números do ano anterior, ampliando-se para 712 milhões de euros.

No mesmo período, Hugo Boss aumentou em 8% suas vendas na Alemanha, apesar da queda generalizada do mercado de moda neste país – na Europa como um todo, em 16%, e em maior medida nos Estados Unidos, em 22%.

Os produtos da companhia, divididos em três submarcas, estão disponíveis em 108 países e em mais de 5 mil lojas de departamento. Após 70 anos dedicando-se à moda, a Hugo Boss lançou seu primeiro perfume, entrando assim em mais um rentável ramo de consumo.

Estilos

Ao longo de tantos anos, a marca foi se especializando em diversos segmentos e, por isso, lançou submarcas específicas. Para homens, Boss Black, Boss Green, Boss Orange, Hugo e Baldessarini; e para mulheres, Boss Black, Boss Orange (a ser lançada ainda em 2006) e Hugo. As fragrâncias Hugo, Hugo Boss e Baldessarini são de propriedade da Procter & Gamble.

Hugo Boss Mode
Hugo Boss possui diversas submarcas voltadas para um público específicoFoto: AP

Em 1999, Boss Orange para homens foi lançado mais como uma tendência esportiva e casual, separando-se da imagem sofisticada do já conhecido Boss Black. Além disso, Boss Green foi criada para a venda de acessórios esportivos.

Além dessas marcas, surgiu também em 2004 a Baldessarini, no entanto com uma característica autônoma.

Como as demais marcas Hugo Boss, esta também vende roupas, sapatos, fragrâncias e acessórios, mas vai encerrar as operações depois que a coleção primavera/verão de 2007 chegar às butiques. Isso por causa da nova linha Boss Black Selection, que acabou superando Baldessarini.

No Brasil

No Brasil, o encerramento das atividades da Hugo Boss, em 2002, ficou em US$ 3 milhões, após os números evidenciarem a falta de prestígio entre os consumidores locais. Isso porque a maior parte das peças era fabricada no país, em vez de ser importada, como ocorria com seus concorrentes.

Outlet in Metzingen
Empresa busca reposicionamento no mercado brasileiroFoto: PA/dpa

Quando começou a atuar no Brasil, em 1988, o país ainda estava fechado para importações. Aliás, a marca chegou ao mercado brasileiro também graças ao esforço do campeão da Fórmula 1 e Indy Emerson Fittipaldi, que é um dos parceiros comerciais da companhia no Brasil.

No entanto, a empresa já investiu US$ 5 milhões no seu reposicionamento dentro do país, em 2006, com abertura de lojas em São Paulo. Rio de Janeiro e Brasília são os próximos destinos.

Passado negro

Hugo Ferdinand Boss teve uma relação muito estreita com o nazismo. Em 1931 se filiou ao Partido Nacional-Socialista (NSDAP), de Adolf Hitler. Antes e durante a Segunda Guerra Mundial, a empresa desenhou e produziu uniformes de tropas e oficiais da Wehrmacht e SS.

Além disso, a companhia foi acusada de usar mão-de-obra forçada, onde os trabalhadores tinham um carga diária de 12 horas, com um curto período de intervalo. O empresário Hugo Boss, após a guerra, foi tachado de "oportunista do Terceiro Reich" e multado em 80 mil marcos.

"A fábrica de roupas fundada pelo senhor Hugo Boss produziu roupas de trabalho e achamos que também uniformes da SS... Até agora, nós não temos arquivos na companhia e nós estamos tentando descobrir o que aconteceu", declarou Monika Steilen, porta-voz da empresa, em 1997, quando a notícia foi divulgada por uma revista austríaca.

Viva arte

Não é só na moda que a Hugo Boss mostra-se ativa. A marca tem um importante papel no mundo artístico através do Prêmio Hugo Boss. Em parceria com o Museu Guggenheim, o prêmio valoriza, já há dez anos, os artistas modernos. A premiação é feita a cada dois anos, e o vencedor de 2006 será conhecido em novembro, em cerimônia em Nova York.