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Ianomâmis negam que tenha havido massacre na Venezuela

11 de setembro de 2012

Declaração de líder ianomâmi e nova investigação feita pelo governo venezuelano descartam ocorrência de um massacre de indígenas por garimpeiros brasileiros. ONG também recua de acusação.

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Foto: POOL/AFP/Getty Images

Índios ianomâmis que estão no centro de uma investigação sobre um possível massacre na Venezuela disseram a jornalistas e representantes do governo venezuelano que as mortes não aconteceram.

Também a ONG Survival International, de defesa dos direitos indígenas, disse acreditar, após "receber seus próprios testemunhos de fontes confiáveis", que o ataque não ocorreu, em nota publicada nesta segunda-feira (10/09).

A jornalistas, membros da comunidade ianomâmi negaram o suposto massacre. "Aqui ninguém matou niguém. Estamos todos bem", declarou um líder da tribo da serra Parima que se identificou como Massupi, segundo a agência de notícias Reuters.

O governo venezuelano, após conduzir nova inspeção no local da denúncia no último final de semana, reiterou nesta segunda-feira que não houve agressão nem ameaça contra os indígenas.

"Confirmou-se que não ocorreu nada. Acredito que está tudo resolvido e que não há mais nada a se discutir. É um grande alívio", disse o embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Sánchez Arveláiz, segundo a Agência Brasil, reforçando o posicionamento divulgado na semana passada.

O conflito

Em fins de agosto, índios ianomâmis alarmaram a comunidade internacional dizendo ter escapado de um massacre conduzido por garimpeiros brasileiros na região da Amazônia venezuelana. O ataque teria ocorrido no dia 5 de julho, deixando cerca de 80 vítimas e apenas 3 sobreviventes.

No dia 29 de agosto, o Ministério Público da Venezuela designou uma comissão para investigar a denúncia. O governo brasileiro colocou-se à disposição para auxiliar na investigação e emitiu pedido formal para que o governo venezuelano apurasse o envolvimento de brasileiros no suposto crime.

Em 3 de setembro, após primeiras inspeções, as autoridades venezuelanas consideravam improvável que o ataque tivesse de fato ocorrido. Nova investigação foi realizada no último final de semana, descartando novamente a denúncia.

O local onde teria ocorrido o massacre fica a 20 quilômetros da fonteira brasileira. A região é palco frequente de violentos confrontos entre indígenas, garimpeiros e extrativistas ilegais. Embora tenha retirado as acusações, a Survival International ainda considera possível que a denúncia tenha sido iniciada por algum incidente violento e afirma que o clima de tensão permanece na região.

HWC/rtr/abr
Revisão: Alexandre Schossler