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Igrejas condenam ataques israelenses à Terra Santa

3 de abril de 2002

Vaticano e líderes religiosos da Alemanha pedem fim da violência e novas negociações de paz.

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As igrejas alemãs e o Vaticano criticaram severamente a violência no Oriente Médio. "Com indignação e dor, vemos que o conflito começa a atingir as igrejas e a minoria cristã", declarou o presidente da Conferência Nacional dos Bispos da Alemanha (CNBA), cardeal Karl Lehmann.

Segundo Lehmann, os atentados suicidas e a dissolução de fato da Autoridade Nacional Palestina (ANP) por tropas israelenses gerou uma situação em que o ódio e a vingança determinam os acontecimentos. "Nota-se uma violência desenfreada, que ultrapassa os limites da auto-defesa contra atos terroristas", disse o cardeal. Ele acrescentou, no entanto, que ainda não perdeu a esperança numa solução política para a crise. A CNBA conclamou os católicos alemães a rezarem pela paz.

A Igreja Evangélica da Alemanha (EKD) pediu o fim da violência no Oriente Médio. O presidente do conselho da EKD, Manfred Kock, conclamou o governo alemão a intensificar os esforços para a solução do conflito, pressionando as Nações Unidas, a UE, os EUA e a Rússia a assumirem sua responsabilidade pela região.

Ato indesculpável

– O bispo evangélico da Baviera, Johannes Friedrich, disse que o ataque de terça-feira (2) contra a Basílica da Natividade, onde estão abrigados cerca de 200 palestinos, foi "um ato de violência sem sentido e indesculpável". O bispo evangélico Hans-Jürgen Abromeit, de Greifswald, exigiu a retirada imediata do exército israelense do território da igreja. Abromeit preside uma associação em Jerusalém, que é responsável pela igreja da Natividade e a casa dos pastores em Belém. Ele pediu também o fim do tratamento indigno dispensado pelos israelenses. "Os 38 mil habitantes de Belém estão presos em suas próprias casas", disse.

Nesta quarta-feira (3), soldados israelenses barraram, próximo de Jerusalém, uma delegação de representantes das igrejas cristãs, que se dirigia a Belém. O grupo de cerca de cem pessoas queria levar medicamentos para os feridos e enterrar as vítimas dos combates. O Exército israelense informou que o lugra onde Jesus nasceu virou zona militar interditada e que não é possível garantir a segurança dos líderes religiosos.

Terra Santa

– O Vaticano também criticou a ação do Exército israelense. "A Terra Santa diariamente é vítima de agressões que beiram à destruição total. Os ataques de Israel não servem à defesa contra o terrorismo e, sim, dirigem-se contra pessoas, territórios e lugares santos", escreveu o jornal oficial do Vaticano L'Osservatore Romano.

O Papa João Paulo II já havia condenado, na Páscoa, os ataques de Israel à Terra Santa. Seu porta-voz, Joaquin Navarro-Valls, disse nesta quarta-feira, que o Vaticano mantém contatos com os Estados Unidos, Israel e a Liga Árabe para tentar encontrar uma solução para o conflito.