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Imagem-símbolo da crise migratória é pichada na Alemanha

22 de junho de 2016

Inscrição "fronteiras salvam vidas" é pintada em Frankfurt sobre reprodução de foto que chocou o mundo no auge da crise dos refugiados. Autoridades suspeitam de motivação de extrema direita.

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Grafite do menino sírio Aylan, em Frankfurt, amanheceu pichada com frase "fronteiras salvam vidas"
Imagem amanheceu pichada com frase "fronteiras salvam vidas"Foto: picture-alliance/dpa/A. Arnold

O muro próximo à sede do Banco Central Europeu, em Frankfurt, onde grafiteiros reproduziram a foto do menino sírio Aylan, de três anos, encontrado morto numa praia turca – imagem-símbolo da crise migratória – amanheceu pichado nesta quarta-feira (22/06).

Desconhecidos escreveram sobre o grafite as frases "fronteiras salvam vidas" e "foda-se Antifa", em referência ao movimento antifascista. A imagem do corpo de Aylan foi reproduzida no local em março deste ano, pelos grafiteiros Justus Becker e Oguz Sen e batizada de "Europa mata – O morto e o dinheiro".

A polícia está investigando o caso e busca testemunhas. A suspeita é que o ato tenha motivação de extrema direita.

Os grafiteiros Sen e Becker batizaram obra de "Europa mata – O morto e o dinheiro"
Os grafiteiros Sen e Becker batizaram obra de "Europa mata – O morto e o dinheiro"Foto: privat

"Parte da democracia"

De início, os grafiteiros queriam remover as frases pichadas rapidamente. "Mas decidimos outra coisa. As pessoas devem vê-la primeiro e lidar com o fato de que isso também faz parte da nossa democracia", disse Sen, em entrevista ao portal hessenschau.de.

Os artistas ainda não sabem se a pintura será restaurada ou refeita completamente, pois, para isso, precisam primeiro da autorização da polícia e da prefeitura, além de recursos financeiros. O que eles já sabem é que o novo grafite "deve dar uma resposta aos radicais de extrema direita", diz Sen.

A imagem do corpo de menino de calças azuis e camiseta vermelha numa praia perto da cidade turca de Bodrum chocou o mundo no auge da crise migratória, em setembro do ano passado. Aylan morreu quando a embarcação em que estava naufragou no Mar Mediterrâneo. Ele fugia com a família da guerra civil na Síria, em busca de segurança na Europa.

CN/epd/ots