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Imigração continua aumentando na OCDE

(ns)5 de fevereiro de 2004

Alemanha é o segundo país a receber imigrantes, depois dos EUA. Mas poucos vêm de fora da União Européia.

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Ford de Colônia procura integrar trabalhadores estrangeirosFoto: AP

Os países industrializados continuam atraindo imigrantes e até disputam entre si alguns profissionais, embora suas economias pouco tenham crescido nos últimos anos. Os Estados Unidos lideram as estatísticas: acolheram mais de um milhão de imigrantes de forma duradoura, de 2001 a 2002. O aumento foi de 25% em relação a 2000.

Entre os países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a imigração também teve um aumento considerável no Canadá, na Nova Zelândia, Suíça e no sul da Europa. No norte da Europa e no Japão, pelo contrário, diminuiu.

Green card pouco representou na Alemanha

Em números absolutos, a Alemanha ocupa o segundo lugar na acolhida de imigrantes, seguida da Grã-Bretanha e do Japão. As facilidades para que técnicos estrangeiros em computação recebessem visto de residência e trabalho na Alemanha - o chamado green card - não tiveram a repercussão esperada. Elas trouxeram ao país apenas 14 mil pessoas.

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Janek Obara, da Polônia, trabalha na colheita de aspargos na AlemanhaFoto: AP

Um número insignificante em proporção às dimensões da Alemanha, considera Georges Lemaitre, especialista em migração da OCDE: "Boa parte da migração à Alemanha é de pouca duração. São trabalhadores sazonais na agricultura ou pessoas com contratos de curto prazo. Além do mais, há pouca afluência de mão-de-obra de fora da Europa".

Migração interna na Europa

Nos demais países europeus, aumenta principalmente o número de imigrantes de outros países da União Européia. Eles vêm para estudar, trabalhar ou acompanham familiares. Programas para atrair e integrar especialistas estrangeiros existem nos tradicionais países de imigração - EUA, Canadá e Austrália. Mas, na Europa, quando muito na Suíça e Grã-Bretanha.

Ao sul da Europa, chegam sobretudo trabalhadores não qualificados, que executam trabalhos domésticos ou encontram ocupação na construção civil e em pequenas firmas. Esse tipo de imigrante também existe na Suíça ou Grã-Bretanha. Mas nestes dois países há ainda um forte aumento da mão-de-obra estrangeira altamente qualificada nos setores bancário, comercial, de comunicações e informática.

O relatório da OCDE também menciona a importância de uma boa integração dos imigrantes, o que se torna difícil em tempos de conjuntura fraca. Mesmo em países antes tidos como modelo, como Canadá e Suécia, o índice de desemprego entre os estrangeiros é mais elevado do que entre a população local. Para Georges Lemaitre, isso não acontece somente por problemas com o idioma do país: é um sinal de discriminação.

Fuga de cérebros e profissionais

Quanto à emigração de pessoas altamente qualificadas dos países industrializados (brain drain), Lemaitre diz que não há dados confiáveis a respeito, principalmente porque não se sabe quantas dessas pessoas vão apenas enriquecer seu currículo no exterior e depois retornam.

Segundo o Departamento Federal de Estatísticas, cerca de 118 mil alemães deixaram o país para morar no exterior em 2002. Os profissionais alemães que encontram colocação facilmente estudaram hotelaria ou engenharia mecânica, são altos executivos ou cozinheiros de gabarito internacional.

Mas técnicos também têm boas chances, segundo Eva-Elisabeth Weber, da Central de Agenciamento, em Bonn. Esse órgão oficial encontra emprego no exterior para cerca de 6 mil profissionais alemães por ano.