1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Imprensa européia vê vitória de Lula como certa

(av)4 de outubro de 2002

Com base nas últimas pesquisas de intenção de voto, grande parte da imprensa na Europa trata a vitória de Luís Inácio da Silva praticamente como fato consumado.

https://p.dw.com/p/2it7
Lula em pose de vencedorFoto: AP

As manchetes da imprensa européia vão de "Lula talvez venha a ser presidente na 4ª tentativa" (Reuters) a "Os brasileiros estão prontos para Lula" (die tageszeitung).

O nível do debate televisivo entre os quatro principais candidatos à Presidência do Brasil, na quinta-feira (03) foi elogiado. O jornal online BBC News classificou o debate "altamente estruturado" como "uma coisa educada", comparada à "gritaria" que caracterizava eventos do gênero, uma década atrás. A agência de notícias alemã epd fala de uma discussão objetiva, em que os candidatos da oposição concentraram seus ataques no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Ao traçar o perfil do candidato do Partido dos Trabalhadores, a ênfase está tanto em sua origem humilde como em sua tenacidade. Não deixa de ficar registrada a mudança de estilo, agora mais "manso" e elegante, desde a primeira candidatura, em 1989, até agora.

Terrorismo financeiro

Por outro lado, a dpa registra também o medo dos brasileiros conservadores de que um governo pelo PT represente o colapso da "nona maior economia do mundo".

Klaus Hart, do semanário online Jungle World, contrapõe a atual aceitação do candidato petista até pelas elites às tentativas de certos setores do establishment de "puxar o tapete" de Lula, em colaboração com o governo e através de "terrorismo financeiro": "Devido a ataques especulativos, o real caiu, pela primeira vez, abaixo do peso argentino, as cotações nas bolsas despencam, empresas transnacionais retiram seu capital. Os bancos, de acordo com as análises, compram e vendem somente dólares entre si, a fim de elevar a cotação de forma artificial", afirma Hart.

Jornalistas assassinados

Nesta sexta-feira (04), em Paris, a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) apelou aos candidatos à presidência do Brasil para que combatam a impunidade dos assassinos de jornalistas. A RSF lembra que, apenas este ano, dois representantes da imprensa foram mortos, e desde 1991 este número chega a 15. A ONG Ela atribui a quase certeza de impunidade, nestes casos, à interdependência entre a polícia local e os políticos regionais. Por isso, os inquéritos deveriam ficar a cargo da polícia federal, exige a organização.