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Imprensa mundial repercute prisões de Delcídio e Esteves

26 de novembro de 2015

Para jornal americano "The New York Times", detenção de senador pode dificultar aprovação do ajuste fiscal no Congresso. Segundo diário inglês "Financial Times", prisão de banqueiro é "inesperada e inédita".

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O Senado decidiu, em votação no plenário, manter a prisão de Delcídio do AmaralFoto: cc-by-3.0/Agencia Brasil/Wilson Dias

A imprensa internacional deu destaque nesta quinta-feira (26/11) às prisões do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), e do banqueiro André Esteves, presidente do BTG Pactual. Ambos foram presos no dia anterior, acusados de tentar obstruir o andamento das investigações referentes à Operação Lava Jato.

O assunto é o destaque principal do site do jornal inglês Financial Times, que afirma que a prisão do "banqueiro bilionário" foi inesperada e inédita, pois extrapola o âmbito das investigações a ex-diretores da Petrobras, lobistas e políticos e chega, pela primeira vez, ao "sofisticado mundo dos negócios na Avenida Faria Lima, em São Paulo". O artigo chegou a ser o terceiro mais lido da página.

O jornal americano The New York Times diz que a prisão do senador pode dificultar os planos do governo de aprovar, no Congresso, as medidas do ajuste fiscal, consideradas importantes para retomar o crescimento econômico. Além disso, a publicação frisa que a prisão aprofunda a crise política que a presidente Dilma Rousseff enfrenta desde que foi reeleita.

O periódico espanhol El País afirma que "o senador detido não era um senador qualquer: era o chefe do grupo parlamentar do PT no Senado", e "o banqueiro, que começou como operador de bolsa, tampouco era um banqueiro qualquer: reunia a 13ª fortuna pessoal do Brasil, com mais de 2 bilhões de euros de patrimônio, e com frequência aparecia nas capas de revistas especializadas em economia".

Andre Esteves
Para o espanhol El País, banqueiro "não era qualquer um" e tem a 13ª fortuna pessoal do BrasilFoto: picture-alliance/dpa/J.-Ch. Bott

"Operação inédita"

O jornal britânico The Guardian destaca as prisões e afirma que Delcídio está entre os 50 políticos brasileiros que estão sob investigação por supostamente aceitar subornos no escândalo e que "a sua prisão causou um choque nacional – é a primeira, no país, de um senador em exercício de mandato".

Com a manchete "As sombras de uma crise que não para de crescer", o argentino Clarín destaca a atuação dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo no episódio e lembra que, por se tratar de um parlamentar no exercício de seu mandato, a prisão teve que ser referendada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e aprovada pelo plenário do Senado.

O também argentino La Nación intitula o artigo no seu site de "O petrolão volta a golpear o PT: um senador é detido" e afirma que, apesar de parecer que o escândalo da Petrobras havia dado uma folga ao governo de Dilma, ontem voltou a golpeá-lo com a prisão do líder da bancada governista no Senado, "em uma operação inédita no Brasil por ser a primeira vez, em tempos democráticos, que se prende um legislador em atividade".

FC/abr/ots