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Indústria automobilística entre modelos de luxo e cortes de empregos

(ns)8 de março de 2002

Enquanto algumas montadoras ampliam sua parcela no mercado, outras terão que dispensar funcionários. As perspectivas da indústria automobilística para 2002 não se reduzem a um denominador comum.

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Phaeton: o novo modelo de luxo da VW, no Salão do Automóvel (7-17.03)Foto: AP

Quem visita o Salão do Automóvel, em Genebra, vê luxo puro este ano. A Volkswagen ousou dar o salto ao segmento nobre com o "Phaeton", com preço a partir de 50 mil euros. A DaimlerChrysler fez os corações dos automobilistas bater mais forte ainda com o "Maybach", preço mínimo 300 mil euros para os seus 500 HP.

Quem vê tanto brilho, supõe que a indústria automobilística vá de vento em popa. A situação certamente não é de crise, como em outros ramos mais afetados pela conjuntura fraca, mas as vendas de automóveis caíram nos últimos meses. Devido à queda da demanda, a Volkswagen pretende suspender a produção durante as férias de Páscoa, em várias fábricas européias, e outras montadoras pretendem cortar empregos. De um lado, modelos de luxo, de outro, dispensas – um estranho quadro.

Quadro difuso

- "Temos realmente um quadro difuso. E por mais que gostaríamos de falar de um aquecimento da conjuntura na primavera, aqui no Salão de Genebra, temos de admitir que a situação é bem diferenciada. Há montadoras que se concentraram nos modelos de luxo e que continuam tendo muitas encomendas e produzindo muito. Mas há outras que só têm um ou dois modelos de sucesso, e essas registraram queda de vendas e encomendas", disse Bernd Gottschalk, presidente da Federação das Indústrias Automobilísticas Alemãs.

Os opostos: BMW e Opel

- A BMW, por exemplo, vê confiante o seu futuro. Apesar da leve recessão mundial, a montadora de Munique espera superar, em 2002, pela primeira vez, a marca de um milhão de automóveis vendidos. A situação da Opel, com sede em Rüsselsheim, é completamente diferente. A subsidiária alemã da General Motors, a número 1 do mundo, pretende cortar, este ano, 3.400 empregos.

A situação não é diferente apenas conforme a montadora, mas também conforme o mercado. Enquanto a demanda foi mais fraca, no ano passado, na Alemanha e em parte nos Estados Unidos, ela teve um bom aumento na Grã-Bretanha, Itália, França e Espanha.

Mais de 5 milhões de automóveis nos últimos anos

- Apesar dos lamentos, que às vezes parecem fazer parte da idiossincrasia germânica, a indústria automobilística alemã não vai mal. Em 2001, mais de 5 milhões de automóveis rolaram das esteiras de suas montadoras, o que aconteceu pela quarta vez consecutiva. Dois terços das exportações destinavam-se a países da União Européia.

Num mercado de grande importância como o norte-americano, os automóveis made in Germany ou em outros lugares, mas de marca alemã, continuam sendo sucesso. Sinônimo de qualidade e tecnologia de ponta, eles se impuseram contra a tendência geral do mercado. Em janeiro, as montadoras alemãs conseguiram aumentar sua parcela no mercado americano para mais de 10% pela primeira vez.

Utilitários em crise

- Para o setor de utilitários as perspectivas não são tão róseas. Bernd Gottschalk conta com uma retração do mercado para caminhões, que poderá superar os 10% e refletir-se na mão-de-obra. Como os caminhões são bens de investimento, se os negócios não vão bem nos setores de transporte, construção de máquinas e construção civil, isso logo resulta em menos pedidos para as montadoras. A produção de utilitários diminuiu 22% em fevereiro, totalizando 26.600 unidades.