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Industriais duvidam das estimativas oficiais

ef19 de abril de 2004

Na visita tradicional do chefe de governo alemão à maior feira industrial do mundo, em Hanôver, Schröder esbanja otimismo com a economia nacional, mas a cúpula empresarial manifesta ceticismo e cobra mais reformas.

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Schröder (dir.) esbanja otimismo na Feira Industrial de HanôverFoto: AP

Os prognósticos para a economia da Alemanha em 2004 são como as condições meteorológicas no país no mês de abril: chove, faz sol e neva. As previsões mais otimistas são as do governo e se baseiam principalmente nas exportações, o carro-chefe da economia alemã. A nata do empresariado nacional vê sinais de reativação da conjuntura, mas os acha fracos e cobra mais mudanças, como uma reforma fiscal e maior flexibilidade no mercado de trabalho. Do contrário, o país estará sujeito a uma grande onda de emigração de firmas, sobretudo de médias empresas, para países de mão-de-obra barata.

No seu giro pela maior exposição industrial do mundo, a Feira de Hanôver, que se repete anualmente e serve de termômetro para a conjuntura alemã, o chefe de governo Gerhard Schröder apontou vários motivos para o seu otimismo com a reativação da economia nacional. Segundo ele, não só a indústria estaria obtendo sucesso, como teria melhorado o clima de investimentos no mercado interno. O clima de consumo também teria melhorado, embora o nível ainda deixe a desejar.

Iraque e Israel são fatores de risco

- Como riscos para a economia mundial, que podem afetar a Alemanha como grande exportador, o chefe de governo alemão apontou os conflitos no Iraque e entre israelenses e palestinos. Ele não destacou especialmente os perigos econômicos, preferindo enfatizar a responsabilidade da política internacional. A Alemanha defende um papel forte da ONU nas negociações no Iraque e se empenha por uma retomada das negociações no Oriente Médio. No mais, existiriam "muitos sinais positivos no que diz respeito à economia na América do Norte, na Ásia e na Europa, especialmente na Alemanha", disse o político social-democrata.

Estimativas para todos os gostos

- O ministro da Economia, Wolfgang Clement, confirmou a previsão oficial de crescimento de 1,5% a 2% do Produto Interno Bruto (PIB). O Instituto Alemão de Economia (IW), por outro lado, reduziu a sua estimativa máxima de 1,5% e a Confederação das Indústrias Alemãs (BDI) ponderou que seria mais realista esperar um crescimento de 1,5% a 1,7%. Na opinião do presidente da BDI, Michael Rogowski, não daria mais para apostar num incremento de 2% este ano, por causa do fraco impulso no primeiro trimestre. O PIB cresceu 0,25% nos três primeiros meses de 2004, segundo o Banco Central alemão. No último trimestre de 2003 a taxa foi de 0,2%.

Indústria de máquinas otimista

– Do setor privado, pelo menos o ramo da indústria de máquinas e instalações industriais – o carro-chefe das exportações alemãs – teve motivo para apresentar-se otimista na Feira de Hanôver. O volume de suas encomendas aumentou 15% de dezembro de 2003 a fevereiro, em relação ao mesmo período no ano anterior. Este aumento era necessário para alcançar a meta de vendas de 2% no ano em curso, destacou o presidente da organização de cúpula do setor (VDMA), Diether Klingelnberg.

Tanto o presidente da BDI quanto o da VDMA manifestaram suas dúvidas num breve aumento do PIB alemão. Rogowski reclamou que "enquanto a economia mundial zumbe, a da Alemanha continua rastejando". Klingelnberg confirmou que o seu setor está vivendo uma fase de crescimento, mas que não espera um grande impulso na economia alemã. As encomendas de máquinas e instalações industriais são principalmente da China, Japão e da América do Norte.