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Iniciativa do Oriente Médio na ONU irrita israelenses

18 de dezembro de 2014

Em nome dos palestinos, Jordânia lança na ONU iniciativa para solução do longo conflito entre Israel e Palestina. Ministro israelense diz que documento é uma declaração de guerra e ameaça Autoridade Palestina.

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Palästinensische Flagge am UNESCO-Hauptquartier
Foto: picture-alliance/dpa/I. Langsdon

Oficialmente foi a Jordânia que submeteu à votação nas Nações Unidas uma resolução exigindo que Israel se retire, até 2017, dos territórios palestinos ocupados. Além disso, no documento apresentado na noite de quarta para quinta-feira (18/12), também se exige que israelenses e palestinos fechem um acordo de paz num prazo de um ano.

Ainda não se sabe quando a resolução deverá ser votada, mas ela já provocou irritação no governo em Tel Aviv. O ministro do Exterior israelense, Avigdor Lieberman, chamou o projeto de uma bobagem que, segundo o ministro, não iria acelerar uma solução, já que sem a anuência israelense "nada acontece".

Já o ministro da Inteligência de Israel, Yuval Steinitz, declarou nesta quinta-feira que o projeto de resolução apresentado nas Nações Unidas seria uma declaração de guerra. "Não se trata de um processo de paz. O que eles estão levando à frente é um processo de guerra", afirmou Steinitz.

O ministro disse ainda que, se a Autoridade Palestina continuar a "sabotar" as negociações de paz e tomar medidas diplomáticas de forma unilateral, Israel deverá considerar todas as opções, inclusive dissolver a Autoridade Palestina, declarou Steinitz a uma emissora de rádio israelense.

Acordo francês

Em nome dos palestinos, a Jordânia apresentou a versão final do projeto de resolução, colocando-o "em azul", ou seja, indicando que o texto foi finalizado e pode ser votado 24 horas depois. O embaixador palestino na ONU, no entanto, afirmou que seu país estaria aberto para continuar as negociações.

De acordo com a emissora de rádio Voz da Palestina, o ministro do Exterior da Autoridade Palestina, Riyad al-Malki, havia afirmado anteriormente que o documento seria uma versão endossada pela França, e não o texto original formulado pelos palestinos e pela Liga Árabe.

"A França afirmou que quer nos acompanhar no Conselho de Segurança, porque a proposta aborda todos os problemas que existiram nos últimos 20 anos de negociações", disse Al-Malki. "A França acredita que um prazo para terminar as negociações e dar um fim à ocupação é o melhor a fazer, já que negociações diretas mostraram ser inúteis."

A resolução recém-apresentada na ONU coincide com a decisão do Parlamento Europeu, desta quarta-feira, de apoiar "em princípio" o reconhecimento do Estado palestino. O Parlamento Europeu ressalvou, no entanto, que esse passo deve ser acompanhado "lado a lado" das negociações de paz entre israelenses e palestinos.

Estados Unidos indecisos

Segundo fontes diplomáticas, as negociações sobre o texto da resolução poderão durar dias ou semanas. A embaixadora jordaniana na ONU, Dina Kavar, afirmou estar otimista quanto a um consenso no Conselho de Segurança.

O voto dos EUA será decisivo, já que o país vetou até agora quase todas as resoluções direcionadas contra Israel. Um projeto apresentado em outubro de forma não oficial ao Conselho de Segurança da ONU exigiu o fim da ocupação israelense dos territórios palestinos até novembro de 2016.

Os EUA e outros países consideraram o projeto inaceitável. Em relação à nova proposta de resolução, o secretário de Estado, John Kerry, declarou na última terça-feira que seu país não tomou, até agora, nenhuma decisão.

CA/rtr/dpa