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Integração no encontro Merkel-Sarkozy

(av)12 de novembro de 2007

A Alemanha e a França têm bastante a aprender uma com a outra, no que concerne à integração de imigrantes. Conselho franco-alemão de ministros é uma boa chance de partilhar idéias e aprender com os erros.

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Sarkozy (e) e Merkel em coletiva de imprensa em BerlimFoto: AP

A situação no Oriente Médio e a integração de imigrantes encabeçaram a pauta do encontro entre a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, nesta segunda-feira (12/11), em Berlim.

Trata-se do tradicional Conselho Franco-Alemão de Ministros, realizado alternadamente em um dos países. "Estou ansiosa pela visita da França. Somos amigos, o que ficará aparente neste dia", comentou a premiê em seu mais recente podcast semanal. Segundo Merkel, ambos países enfrentam os mesmos desafios, quando se trata de integração, ou seja, dos esforços de assimilar a crescente população muçulmana.

Além deste foco, os dois líderes voltaram parte de sua atenção para o Oriente Médio, antecipando a conferência de paz para a região, em Annapolis, Maryland. Patrocinada pelos Estados Unidos, esta se realizará no final de novembro.

Bilhões de euros e poucos progressos

Para a França, o tema integração de estrangeiros e migrantes se concentra numa questão: como está a situação nos subúrbios problemáticos? Houve progressos, desde as desordens de dois anos atrás? A resposta do Tribunal de Contas francês é: quase nenhuma melhora, apesar das injeções de verbas, cerca de 4 bilhões de euros por ano.

Os desafios permanecem enormes. Quase 5 milhões de pessoas vivem nas chamadas "zonas de perigo". E, ao mesmo tempo que envia uma secretária de Estado de esquerda para o banlieue, Sarkozy acirra o tom de sua política de imigração.

Embora as falhas sejam numerosas, há também exemplos positivos. Como o projeto "Nossos bairros possuem talentos", iniciado em 2006. Este visa incentivar firmas a empregar jovens dos subúrbios. Apenas no problemático departement Seine-Saint-Denis os beneficiados, que eram 80 em 2006, serão mais de 300 até o fim deste ano.

Aprendizado mútuo

Segundo o deputado federal alemão Andreas Schockenhoff, Sarkozy pode se abastecer de coragem e apoio no presente conselho franco-alemão de ministros. Pois a Alemanha já implementou uma parte das reformas que agora se colocam diante da França. E, se por outro lado, o estilo de Sarkozy é "arriscado", seu ritmo acelerado, "exigente, porém corajoso", é a única chance para um "programa ambicioso de reformas".

"Por que não podemos aprender uns com os outros? Em assuntos como a proteção dos não-fumantes, a política energética e de saúde? Podemos aprender tanto com as idéias quanto com os erros que cada lado comete", afirma o presidente do grupo parlamentar franco-alemão.

Os alemães adotaram, por exemplo, a idéia francesa da Carta da Pluralidade. Nesta, os empresários se comprometem a fomentar a multiplicidade cultural, étnica e social. Pois educação e trabalho são a chave da integração, tanto na Alemanha como na França.

Política palpável e R&B

Os dois países pretendem também cooperar no aprendizado lingüístico e nos testes de idiomas para imigrantes nos países de origem, revela o ministro francês de Imigração e Integração, Brice Hortefeux.

"Tradicionalmente temos um oferta consular maior na Tunísia do que na Turquia, para a Alemanha, é exatamente o inverso. Podemos nos organizar de forma que nossas repartições consulares cooperem mais no futuro", exemplifica o ministro francês.

Bernard Koucher, Außenminister Frankreichs
Francês Bernard Kouchner fez dueto com Frank-Walter SteinmeierFoto: AP

As duas nações européias desejam, em nível europeu, desempenhar um papel pioneiro na política de integração, sustentado por medidas concretas. Merkel e Sarkozy discutiram o tema com jovens de uma escola berlinense. Os ministros alemães visitaram com os colegas franceses projetos pela integração e igualdade de chances.

Políticos para se apalpar: um programa bem ao gosto de Sarkozy. Porém o melhor ficou reservado para o bairro de imigrantes Kreuzberg, em Berlim: o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, e seu homólogo francês, Bernard Kouchner, gravaram nesta segunda-feira uma canção de rhythm & blues de apoio à integração. Felizmente, os dois políticos contaram com a ajuda de profissionais da música: o cantor teuto-turco Muhabbet e mais sete vocalistas turcas.