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Internet não tem culpa da crise das gravadoras

Paulo Chagas16 de agosto de 2002

As bolsas de troca de músicas na rede não são responsáveis pela queda de vendas da indústria fonográfica.

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Napster, bolsa de troca de música extinta pelas gravadoras

Ao lado da pirataria, os programas de trocas de música e arquivos como o da extinta Napster são considerados pela indústria fonográfica como os principais responsáveis pela queda de 15% do faturamento nos últimos dois anos.

Para se ter uma idéia em números absolutos: em 2001, as gravadoras faturaram no mundo inteiro US$ 33,7 bilhões, ao invés dos US$ 35,5 bilhões do ano anterior. Os álbuns de CDs venderam menos 5%, os singles menos 16% e os cassetes menos 10%.

No mercado alemão, segundo a sessão alemã da IFPI (International Federation of the Phonographic Industry), o faturamento caiu 10%, de € 3,2 bilhões (2000) para € 2,49 bilhões (2001).

Outros fatores

- Não há dúvida que os tempos estão difíceis para a indústria fonográfica, afirmou Josh Bernoff, analista da Forrester. Mas o motivo da crise não é a distribuição de música na internet.

De acordo com a pesquisa da Forrester, realizada entre mil internautas dos Estados Unidos, não há nenhum indício de que os consumidores de música digital passaram a comprar menos CDs. A crise deve ser creditada muito mais à recessão econômica, bem como à concorrência dos videogames e DVDs.

As gravadoras deveriam reconhecer que há formas mais simples de satisfazer os consumidores de música digital. A receita para sair da crise, segundo os analistas, é à primeira vista a mais banal possível: as gravadoras deveriam facilitar a vida dos internautas.

Elas deveriam distribuir em larga escala suas músicas na internet e não apenas os títulos de dois ou três selos, como é o caso dos canais de distribuição lançados a partir de 2002 por algumas gravadoras.

Além disso, os consumidores desejam ter o controle da música que estão adquirindo online, ou seja, eles querem ter o direito de gravar os títulos em CDs ou transferi-los para players portáteis.

Novos critérios

- Os analistas consideram esses critérios tão importantes, que passaram a chamá-los de "Direitos Fundamentais da Música" (Music Bill of Rights). Se não forem levados em consideração, as gravadoras não conseguirão ganhar dinheiro com a distribuição de música por internet, dizem os analistas.

A partir de 2005, segundo as estimativas, a venda de música online se tornará um verdadeiro fator econômico, caso os títulos oferecidos não estejam sujeitos às rígidas normas de direito autoral (Digital Right Management) e sejam criadas possibilidades para se encontrar facilmente qualquer título de qualquer selo.

Novas tendências

- Os novos comportamentos dos consumidores, o aproveitamento das novas mídias e as novas tendências da juventude são temas do estudo "Timescout" discutido na Popkomm, a feira internacional de música pop de Colônia (15 a 17 de agosto).