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Irã veta ex-presidente e candidato de Ahmadinejad da corrida eleitoral

21 de maio de 2013

Decisão do Conselho de Guardiães afasta das eleições de 14 de junho nomes que desagradavam às alas mais conservadoras do regime e abre caminho para políticos do círculo de confiança do aiatolá Ali Khamenei.

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Foto: tasnimnews.com

A imprensa estatal iraniana anunciou nesta terça-feira (21/05) que estão vetadas da corrida eleitoral as candidaturas de Esfandiar Rahim Mashaie, aliado próximo do atual presidente Mahmoud Ahmadinejad, e do ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, que concentrava boa parte das esperanças de reformas na cerceada República Islâmica. 

A decisão do poderoso Conselho de Guardiães, que aprova ou rejeita presidenciáveis no Irã, abre caminho para que as forças mais conservadoras sucedam Ahmadinejad – que não pode mais se reeleger – nas eleições de 14 de junho.

Entre os oito candidatos que teriam sido aprovados estão Said Yalili, chefe negociador para a questão nuclear; o ex-chanceler Ali Akbar Velayati; o ex-prefeito de Teerã Mohamed Qalibaf; e o ex-presidente do Parlamento Gholam-Ali Haddad – todas figuras conservadoras e de comprovada lealdade ao aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país.

Há dias já especulava-se que as candidaturas poderiam ser barradas. Presidente entre 1989 e 1997, Rafsanjani era apoiado por reformistas e criticado pelas alas mais conservadoras do regime por ter apoiado as manifestações realizadas após a controversa reeleição Ahmadinejad, há quatro anos. 

Na ocasião, milhares de pessoas, convocadas por várias forças da oposição, organizaram protestos contra a reeleição de Ahmadinejad. Para muitos iranianos, a reeleição do presidente – hoje rival de Khamenei – foi manipulada pelas forças conservadoras leais ao aiatolá.

Akbar Hashemi Rafsanjani
O ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, criticado por defender reformas no regimeFoto: Irna

As relações entre Khamenei e Ahmadinejad, no entanto, estão arranhadas há anos, num processo de deterioração que ganhou força em abril de 2011. Na época, o presidente pressionou o então ministro da inteligência, Haidar Moslehi, um aliado do aiatolá, a renunciar, mas Khamenei cuidou para que ele voltasse ao cargo.

Ao excluir os dois candidatos, o regime dos aiatolás tenta silenciar as principais forças moderadas e opositoras e evitar uma repetição dos protestos de 2009. Ao mesmo tempo, afasta vozes dissidentes num momento delicado para o Irã, minado pela série de sanções internacionais impostas pelo Ocidente por conta de seu programa nuclear.

RPR/ rpr/ afp/ ap