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Iraque quer mostrar perigo dos planos americanos à UE

(ef)1 de setembro de 2002

A União Européia como um todo não rechaça um ataque militar dos EUA contra o Iraque, mas aumentam as diferenças transatlânticas, e Bagdá anunciou que vai esclarecer à Europa o perigo dos planos americanos.

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Saddam Hussein planeja envio de delegação a várias capitais européiasFoto: AP

"O Iraque vai mandar enviados especiais a diversos Estados europeus para esclarecer as ameaças dos Estados Unidos contra o povo iraquiano e os perigos para a paz e a segurança de todo o mundo". Com essas palavras, o vice-presidente do Iraque, Taha Jassin Ramadan, anunciou a nova iniciativa diplomática seu país, neste domingo (1).

A Alemanha e a França, que se opõem a uma ofensiva militar dos EUA para derrubar o presidente Saddam Hussein, estão no roteiro dos emissários de Bagdá. Dos chefes de Estado e de governo da UE, só o da Grã-Bretanha, Tony Blair, apóia abertamente os planos bélicos de Washington contra o país que possui uma das maiores reservas de petróleo do mundo. Já em meados de julho, o Parlamento iraquiano aprovou delegações para os Estados árabes, a fim de angariar solidariedade para o Iraque, ameaçado pela superpotência mundial.

Agora, o vice-presidente iraquiano Ramadan avaliou as rejeições alemã e francesa a uma guerra contra o seu país como prova de que "os Estados europeus estão conscientes dos perigos da política de hegemonia americana, que afeta todo o mundo, sem exceção". E Ramadan acrescentou: "e cresce a olhos vistos a posição européia, que não está de acordo com a política arrogante e agressiva do governo americano".

Essa foi a reação de Bagdá ao encontro informal dos ministros de Relações Exteriores da UE, na cidade dinamarquesa de Helsingör. Os chefes da diplomacia comum européia encerraram sua conferência, no sábado (31), com uma nova exigência para o presidente Saddam Hussein permitir, incondicionalmente, o retorno dos inspetores de armas de ONU para examinar o seu arsenal e indústria bélica. O Iraque é suspeito de possuir armas de destruição em massa.

Os ministros se distanciaram, ao mesmo tempo, da exigência dos Estados Unidos por uma mudança no poder em Bagdá. Eles rejeitaram uma guerra, por causa do perigo e dos riscos incalculáveis a curto e longo prazo, como informou o titular das Relações Exteriores da Alemanha, Joschka Fischer, após o encontro na Dinamarca. Este país ocupa a presidência rotativa da UE neste semestre.