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Caminho pedregoso

25 de fevereiro de 2010

A crise financeira veio e a Islândia resolveu aderir à EU para se salvar financeiramente. O processo foi iniciado, mas o país tem que aparar algumas arestas, se quiser ser admitida no bloco.

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Islândia fez pedido de adesão depois da criseFoto: picture alliance / dpa / DWMontage

A Comissão Europeia recomendou o início das negociações com a Islândia para uma possível adesão do país à União Europeia. Esse é o começo de um processo que Reykjavik espera ser encerrado com a integração do país ao bloco em 2012.

O órgão executivo da UE afirmou que a Islândia reúne muitos dos requisitos relativos a democracia e direitos humanos, mas pediu, em um comunicado, reformas estruturais, "consolidação fiscal e a plena implementação de uma estratégia orçamentária que tenha credibilidade".

Comissão pediu esforço da Islândia

Áreas como pesca, agricultura, desenvolvimento, serviços rurais e a livre circulação de capitais e serviços financeiros são outros pontos em que a Islândia deve, segundo a Comissão, fazer esforços, se realmente quiser se juntar aos 27 países do bloco.

A crise financeira atingiu a Islândia de modo particularmente duro. Foi neste contexto que o governo entrou, em meados de 2009, com um pedido de adesão. Meio ano depois, a Comissão Europeia recomenda a abertura de negociações para incorporação do país. O comissário para a Ampliação do bloco, Stefan Füle, ressaltou que a Islândia não vai obter "condições especiais".

Expectativa de adesão rápida

Ainda no ano passado, muitos manifestaram a suspeita de que a UE permitiria um processo rápido de adesão para a Islândia, enquanto outros candidatos, como os países dos Bálcãs Ocidentais, teriam que fazer muito mais esforço. O ministro sueco do Exterior, Carl Bildt, disse na época que os islandeses já tinham cumprido a maior parte dos critérios de adesão.

A recomendação da Comissão é, entretanto, apenas o primeiro passo. Todos os governos da UE têm que dar seu aval à abertura das negociações. Mas a resistência pode vir principalmente do Reino Unido e da Holanda, pois investidores de ambos os países perderam quantias consideráveis com o colapso de um banco islandês.

Se os islandeses rejeitarem um plano de compensação para os prejudicados, em um referendo planejado para 6 março, os dois países poderiam bloquear o caminho da Islândia à UE, como uma forma de represália.

Pesca e finanças preocupam

Particularmente difícil pode ser a integração do setor da pesca islandês. Acima de tudo, a UE espera que a Islândia coloque rapidamente as suas finanças públicas em ordem. O atual déficit da Islândia é ainda maior do que o grego, o qual já está causando sérios problemas ao bloco.

Por outro lado, muitos governos parecem achar que os islandeses são mais disciplinados do que os gregos e veem a quase falência islandesa como apenas um particularmente grave caso isolado da crise.

Entretanto, ainda há outro obstáculo interno. Mesmo quando todas as barreiras forem vencidas, o povo islandês é que tem a palavra final e será solicitado a dar o seu voto, a favor ou contra a adesão do país à UE. Até agora, os céticos são maioria.

Autor: Christoph Hasselbach (md)
Revisão: Augusto Valente